Com 45 mortes a menos, o Paraná fechou o primeiro trimestre do ano com redução de 6,4% no índice de homicídios dolosos (aqueles com intenção de matar), na comparação com o mesmo período de 2015.
Relatório oficial divulgado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária mostra que houve 655 assassinatos de janeiro a março. No primeiro trimestre do ano anterior foram 700.
Das 23 Áreas Integradas de Segurança Pública (Aisps), nas quais o Paraná é dividido para fins de gestão na área da segurança, houve redução em 16, como na região de Cornélio Procópio (-56%) e de São Mateus do Sul (-60%).
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"O principal aspecto é manter o índice geral de redução, porque a criminalidade é migratória. Por isso mantemos um acompanhamento constante dos fatores que incidem sobre o resultado para aplicar recursos e continuar trabalhando pela queda nos indicadores criminais", aponta o secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita.
"Meses atrás nós identificamos um aumento na Região Metropolitana de Curitiba, trabalhamos esse fator e agora conseguimos reverter o quadro. Tivemos alguns fatos pontuais, em cidades como Londrina e Ponta Grossa, que demandam mais atenção das forças policiais", acrescenta Mequita.
As ações sistemáticas de combate à criminalidade integram o Paraná Seguro, o maior programa da área da segurança pública da história do Paraná. O programa envolve reforço no efetivo das polícias civil e militar, novas viaturas, investimentos em inteligência e novas construção de novas unidades da Segurança Pública no Estado.
Reversão
A Região Metropolitana de Curitiba e o Litoral do Estado reverteram o índice de aumento dos homicídios registrado no relatório anterior, com quedas de 10% e de 12%, respectivamente.
"A Região Metropolitana ganhou um reforço de investigadores, com a formatura de uma nova turma, assim como cidades com mais de 100 mil habitantes", destaca o delegado-geral da Polícia Civil, Julio Reis.
Quedas expressivas nos homicídios – o principal indicador entre os crimes contra a vida – também foram verificadas na região de fronteira. Na 11ª Aisp, cuja sede é o município de Cascavel, os assassinatos diminuíram 24%; e na 12ª Aisp, que tem Foz do Iguaçu como município sede, o índice caiu 24%.
"O trabalho integrado das polícias Militar e Civil, com atuação profissional na prevenção e no atendimento de locais de crime, propicia dados mais concretos para as investigações", avalia o comandante-geral da PM, coronel Maurício Tortato. "A certeza da identificação e a responsabilização policial e judicial de autores de crimes contra a vida são fatores determinantes para a diminuição desses números nefastos em termos de violência."
Capital
Curitiba registrou aumento de 15 homicídios nos primeiros três meses do ano, passando de 130 para 145 homicídios dolosos. "O aumento ocorreu em bairros do Sul da cidade e o tráfico de drogas foi a principal motivação", afirma o delegado-titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Miguel Stadler.
Para reverter o resultado do primeiro trimestre, as polícias Civil e Militar têm deflagrado operações conjuntas em locais considerados vulneráveis. "Trabalhamos na identificação do pessoal apontado como autor dos crimes, com a instauração de inquéritos e medidas cautelares solicitadas ao Poder Judiciário, como prisões temporárias", acrescenta Stadler.
A integração entre as equipes policiais tem permitido maior eficiência nas ações, conforme destaca o comandante do 13º Batalhão da PM (responsável pelo policiamento na região sul de Curitiba), tenente-coronel Carlos Eduardo Rodrigues Assunção.
"A atuação das polícias Militar e Civil abrange áreas diferentes e para que sejamos eficientes compartilhamos dados. A PM geralmente é a primeira que chega ao local de crime e colhe uma série de informações que são repassadas para a Polícia Civil trabalhar nas investigações", diz Assunção. "Em muitos casos as informações da Polícia Civil nos ajudam a identificar uma pessoa, o que facilita nosso trabalho", complementa o comandante.
O delegado-titular da DHPP aponta ainda que o número de assassinatos na região norte de Curitiba caiu, revertendo a tendência de acréscimo do final de 2015. "Além do tráfico, vínhamos enfrentando problemas em áreas ocupadas de forma irregular, em bairros como Órleans, Centro e Santa Felicidade", diz Stadler.
A DHPP avançou também com os trabalhos desenvolvidos pelo setor de inteligência da especializada, com análise do ambiente, não apenas da autoria dos crimes.