O juiz criminal de Rolândia, Alberto José Ludovico, condenou o pintor Ademir Ferreira por ter furtado objetos da casa de Ricardo Seidi, que confessou ter enterrado o corpo da própria filha, Eduarda Shigematsu, de 11 anos, no imóvel que foi alvo do ladrão. Segundo a polícia, o furto aconteceu perto das 16h do dia 16 de maio deste ano. O criminoso levou uma serra manual, uma chave de fenda, seis tapetes automotivos e uma luva, pertences avaliados em R$ 172 e que depois foram recuperados.
Ferreira foi sentenciado por tentativa de furto a oito meses em regime semiaberto e pagamento de multa. O juiz classificou o delito ao entender que ele não se consumou porque o homem foi preso em flagrante por policiais militares após pular o muro da residência. Na mesma decisão de 6 de setembro, o magistrado o inocentou do crime de desobediência. Ele estava preso há quatro meses na cadeia pública da cidade.
A FOLHA não conseguiu falar com a defesa, mas o advogado Wilson Castellani do Ouro, defensor público nomeado no processo, pediu a absolvição do furto pela casa estar abandonada. "Não restam dúvidas da autoria, considerando que o réu foi flagrado enquanto portava os objetos subtraídos, o que acabou confessando posteriormente", escreveu Ludovico na sentença.
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A propriedade de Ricardo Seidi estava fechada porque ele havia sido detido em abril pelo homicídio da filha, ou seja, dias antes do furto. A avó da garota, Terezinha de Jesus Guinaia, também foi denunciada pelo Ministério Público, mas foi solta pela Justiça. Os dois são acusados de homicídio triplamente qualificado (asfixia, dificuldade de defesa da vítima e feminicídio), ocultação de cadáver e falsidade ideológica.
A primeira audiência do caso foi marcada para 3 de outubro no Fórum de Rolândia.