Um líder religioso evangélico e ex-vereador do município de Ibaiti (Norte Pioneiro) foi denunciado pelo MPPR (Ministério Público do Paraná) pelo crime de importunação sexual contra uma membra, de 44 anos, da Igreja O Brasil para Cristo.
Conforme as informações divulgadas pelo promotor Carlos Eduardo de Souza, responsável pelo caso, no dia 3 de abril de 2024 o denunciado, de 63 anos, teria se aproveitado da ocasião em que retornava de uma visita à casa de um membro da igreja, com a vítima dentro do carro, e teria colocado a mão na virilha dela. Ele também teria pegado a mão da vítima e a colocado na região genital dele.
Alguns minutos depois, o denunciado teria estacionado o veículo próximo à casa da mulher e tentado beijá-la na boca à força. Como não conseguiu, devido à relutância da vítima, beijou o pescoço.
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Além da condenação do líder religioso pelo crime de importunação sexual, com pena prevista de um a cinco anos de reclusão, o MPPR pediu que ele pague indenização por danos morais em montante não inferior a R$ 100 mil.
Denúncia feita em setembro
O promotor Carlos Eduardo de Souza disse à reportagem, em entrevista, que a vítima só teve coragem de denunciar o crime no início de setembro, cerca de cinco meses após o ocorrido. Ela disse ao MPPR que não contou a ninguém sobre o crime por medo da reação do marido e por esperar por um pedido de perdão por parte do pastor.
"Ela tinha medo das consequências de fazer a denúncia, já que o acusado é influente no município. Inclusive já foi vereador. A crença religiosa fez com que ela esperasse por um pedido de perdão por parte dele, o que não ocorreu", explicou Souza.
A vítima, segundo o promotor, não teria sido amparada pelo corpo eclesiástico da igreja, que teriam dito "não haver provas contra o religioso". Ela também relatou que outros membros da igreja se revoltaram contra ela por causa da acusação contra o pastor.
Ela continuou a frequentar a igreja, mesmo com as supostas perseguições e sermões de que a "igreja estaria sob ataque do inimigo". Segundo o relato da vítima, membros chegaram a raspar os cabelos em apoio ao idoso, numa tentativa de tentarem demonstrar que "estavam prontos para a guerra contra o inimigo".
Após todo o ocorrido, a mulher denunciou o caso ao MPPR, que deu sequência às investigações, inclusive com a confirmação das acusações com testemunhas. O caso está sob sigilo.
A reportagem tentou contato via telefone oficial da Igreja O Brasil para Cristo de Ibaiti, mas não obteve resposta até o encerramento deste texto.
Atualizado às 16h49