A Polícia Federal realizou nesta sexta-feira (19) uma operação na sede da Centronic Segurança e Vigilância, empresa que na última terça-feira teve quatro funcionários presos, acusados de torturar e matar o estudante Bruno Strobel Coelho Santos, 19 anos. Os policiais apreenderam documentos, que serão analisados para tentar descobrir se a empresa vinha cometendo irregularidades. Caso isso seja comprovado, a Centronic pode até perder a autorização para trabalhar com segurança privada.
A ação foi coordenada pela Delegacia de Segurança Privada (Delesp) da PF no Paraná. Segundo o chefe em exercício da Delesp, Wilson Bonfim, foram apreendidos documentos como as relações de funcionários e de armas da Centronic. ''Vamos analisar esse material para saber se a empresa cometeu alguma irregularidade'', explicou, acrescentando que a análise deve ser concluída na semana que vem. ''Caso haja comprovação, abre-se um procedimento administrativo e, dependendo do nível da irregularidade, a empresa pode até perder a autorização para atuar'', completou Bonfim.
Além da apreensão de documentos, quatro peritos da PF também acompanharam a operação. Eles vistoriaram uma sala onde supostamente o estudante teria sido torturado depois de ter sido flagrado pichando o muro de um imóvel vigiado pela empresa. Depois das agressões, Bruno teria sido levado a Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, onde foi executado. Depois da prisão de quatro vigilantes da Centronic na última terça, surgiram denúncias de que seria prática da empresa dar ''corretivos'' em infratores encontrados em edificações monitoradas por ela.
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Também na sexta-feira, o delegado Jairo Estorílio, da delegacia da Polícia Civil de Tamandaré, ouviu o depoimento de Leonardo da Silva Zanon, 20 anos. Ele e um amigo aparecem sendo humilhados em vídeo gravado no celular de Marlon Balem Janki, 30 anos, um dos vigilantes presos acusado de participação na morte de Bruno.
Segundo o delegado, Zanon reconheceu Janki como um de seus agressores. ''Eles (vigilantes) bateram nos rapazes, os obrigaram a tirar a roupa e, depois, fizeram um pintar o outro com a tinta que usavam para fazer a gratifagem'', contou o delegado. De acordo com a vítima a tortura durou cerca de 40 minutos.