Dois policiais militares foram denunciados pelo MPPR (Ministério Público do Paraná) por envolvimento na morte de um motociclista ocorrida no dia 21 de abril, na BR-277, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A informação foi divulgada pelo MP-PR nesta sexta-feira (31).
Segundo a denúncia, apresentada na quinta-feira (30) pela 1ª Promotoria de Justiça da Comarca, um dos policiais foi responsável pela morte do motociclista, sendo acusado pelo crime de homicídio simples. Além disso, os dois foram denunciados por fraude processual porque teriam colocado uma arma sob o corpo da vítima, e por inserção de dados falsos em sistema de informações, no caso, o boletim de ocorrência.
A denúncia cita que o policial militar responsável por provocar a morte do motociclista efetuou disparos de arma de fogo, tendo acertado um tiro que causou lesões que levaram a vítima à morte. Conforme a Promotoria de Justiça, o denunciado "agiu de forma que a vítima não teve nenhuma possibilidade de defesa, uma vez que conduzia uma motocicleta, ( ) enquanto que o denunciando, que conduzia viatura policial e perseguia a vítima ( ), efetuou os disparos de arma de fogo contra a vítima, atingindo-a pelas costas", conforme descrito em laudos periciais.
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O MPPR também destaca que o policial teve motivação torpe, "uma vez que desferiu disparos de arma de fogo contra a vítima, com a inequívoca intenção de matá-la como reprimenda porque esta não obedeceu sua ordem de parada".
Constatada a morte da vítima, a denúncia descreve que os dois policiais, em conluio, inseriram "uma arma de fogo sob o corpo da vítima, com, a inequívoca finalidade de induzirem em erro os investigadores, peritos e juízes atuantes no procedimento investigatório criminal". A finalidade seria "fazer crer que a vítima portava ostensivamente uma arma de fogo no momento da perseguição".
Além disso, a denúncia cita que o policial acusado de atirar contra o motociclista tirou as munições do carregador de sua arma, de modo a impossibilitar a análise pericial referente a quantidade de disparos efetuados.
Por fim, o MP sustenta que os dois denunciados falsearam o registro do boletim de ocorrência, inserindo dados que não correspondiam à realidade no sistema da Secretaria de Segurança Pública do Paraná, sobretudo quando sustentaram que a vítima havia sacado uma arma de fogo e efetuados disparos contra a equipe.