Sete policiais civis de Londrina foram presos na manhã desta quinta-feira (13) durante operação realizada pela própria Polícia Civil para apurar a suspeita de desvio de carga contrabandeada. Ao todo, dez mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas casas dos servidores e na própria sede da 10ª Subdivisão da Polícia Civil em Londrina onde funciona a Divisão de Furtos e Roubos. O superintendente e o chefe de investigação dessa divisão estão entre os detidos.
O corregedor-geral da Polícia Civil no Paraná, Marcelo Lemos de Oliveira, afirmou que a apreensão das mercadorias vindas do Paraguai ocorreu em dezembro do ano passado em Londrina. Os produtos estavam distribuídos em três veículos estacionados em um imóvel. O valor dos itens era estimado em R$ 450 mil. Porém, poucos produtos foram repassados oficialmente a Receita Federal. As mercadorias apresentadas, segundo ele, representariam menos de 5% do valor apreendido.
"Durante o cumprimento das buscas foram encontradas mercadorias de procedência estrangeira compatíveis com as que foram desviadas e que constam na investigação. Com essa apreensão, houve uma harmonização entre o que foi apurado, o que foi relatado e o resultado da apreensão”, detalha. Os policiais teriam se apropriado de eletroeletrônicos, perfumes importados, smartphones e tablets.
Leia mais:
Médico é preso suspeito de espancar e matar a própria mãe em Ponta Grossa
Homem é preso com 10 quilos de maconha após perseguição no Norte Pioneiro
Confronto em operação contra tráfico termina com morte de suspeito em Arapongas
Marido invade trabalho de esposa após suspeita de traição em Jandaia do Sul
A operação mobilizou o efetivo de todo o Estado. Os nomes dos presos não foram informados oficialmente pelo corregedor-geral. Os sete policiais civis detidos têm idade entre 35 e 49 anos. Uma arma de fogo sem registro também foi encontrada durante a busca e apreensão. Documentos e outros itens apreendidos serão analisados para verificar se houve desvios em ocorrências anteriores. Depoimentos e imagens coletadas durante a investigação embasaram os pedidos de prisão.
A prisão temporária é válida por 5 dias e pode ser prorrogada. Conforme Oliveira, os investigados serão transferidos para uma carceragem especial em Curitiba e procedimentos administrativos devem ser abertos para apurar o envolvimento de cada servidor. Se confirmada a participação, eles devem responder pelos crimes de peculato e associação criminosa. No âmbito administrativo, a comprovação do crime pode acarretar a exoneração do servidor.
Com a prisão dos sete policiais, incluindo investigadores, a subdivisão da Polícia Civil em Londrina estuda um possível remanejamento de servidores para que as investigações em andamento não sejam prejudicadas.
"Londrina possui um contingente considerável de investigadores e já nos reuniremos com outros delegados da região para estabelecer novamente a rotina de trabalho”, frisou o delegado-chefe da Divisão Policial do Interior, Lanevilton Moreira.