Policiais Civis da 20ª Subdivisão Policial prenderam nesta segunda-feira (19) em Toledo, no Oeste do Paraná, quatro pessoas acusadas de estelionato na região. Abrilino Domingos Fross, de 56 anos, Evani Sauer Perin Fross, 46, Diana Aparecida Schunski Rocha, 26, e Hilário Perin, 40, foram presos durante a "Operação Magia Negra", que contou com a participação de 25 policiais civis.
Os quatro acusados fariam parte de uma quadrilha que cobraria elevadas quantias em dinheiro, para desmanchar "trabalhos" de magia negra. A polícia apreendeu com a quadrilha fotos das ações que o suposto "médium" exercia, centenas de fichas de clientes, velas queimadas, uma arma de fogo, R$ 15 mil em dinheiro, duas caminhonetes Pajero, além de outros automóveis e motocicletas.
"A polícia tem trabalhado com muito rigor no Paraná. Estas ações são resultados de muito esforço e do respaldo que o governo tem dado à polícia, que está fazendo um trabalho muito bom", avaliou o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari.
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Segundo o delegado-chefe da 20ª Subdivisão Policial de Toledo, Alexandre Macorin, Fross e Diana foram detidos em uma casa de veraneio, no balneário Ipiranga, no município de São Miguel do Iguaçu. Evani e Perin foram detidos nas suas residências na Vila Industrial, em Toledo.
"Desde julho de 2006, a Polícia Civil de Toledo, o Ministério Público e o Poder Judiciário vinham investigando a quadrilha. Abrilino Domingos Fross liderava a quadrilha e as consultas seriam feitas pelo "médium". Os valores cobrados por ele chegavam a R$ 10 mil e, em alguns casos, a R$ 20 mil", informou o delegado.
De acordo com o delegado-operacional da Subdivisão, Júlio Reis, foram identificadas algumas vítimas durante as investigações que se dispuseram a depor. "Houve relatos de vítimas que alegaram terem sido instigadas a manter relações sexuais com Fross, para que resolvessem seus problemas espirituais", denunciou.
"O acusado receitava para as vítimas, um banho de mel e no momento do banho, ele aproveitava sexualmente das supostas clientes. Foi constatado, que Fross disse a seus clientes, que já tinha previsto diversos fatos ocorridos no Brasil", detalhou Reis.
Segundo Macorin, Fross teria se aproveitado de momentos difíceis vividos pelas vítimas, para atuar cobrando altos valores. "A Evani seria ex-esposa de Fross e era responsável pelo agendamento das consultas e atuava nos banhos de mel. Diana seria a secretária executiva de Fross e Perin era o responsável pelos serviços gerais do local onde as consultas eram realizadas", disse o delegado.
De acordo com a polícia, Fross e Perin já responderam outros inquéritos por crimes sexuais e por receptação no estado do Rio Grande do Sul. Diana e Evani não possuem passagens pela polícia. Os quatro integrantes da quadrilha serão indiciados por estelionato, curanderismo, posse sexual mediante fraude, ato obsceno mediante fraude e formação de quadrilha.