Policiais militares do 23º Batalhão (Leblon) prenderam na manhã desta quinta-feira o caseiro Ênio Tomaz da Rocha, de 47 anos, quando caminhava pela orla da Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio. Ênio é suspeito de matar Alpha Dias Kieling, de 77 anos, e enterrar o corpo da vítima na casa onde ela morava, na Rua Golf Club, em São Conrado, na zona sul. O corpo da idosa foi encontrado no último domingo pelo filho único dela, o empresário Robert Dannenberg, e por policiais civis. Ênio teve a prisão temporária por 30 dias decretada pela Justiça na terça-feira.
Levado para a Divisão de Homicídios (DH), o caseiro confessou, em depoimento gravado num vídeo de cerca de 6 minutos, que enforcou a idosa após ela acusá-lo de furtar objetos da casa. A polícia, no entanto, não acredita nessa motivação. "Temos certeza de que ele é o autor do assassinato. Só não acreditamos nessa história fantasiosa", disse o delegado Rivaldo Barbosa, que investiga o caso.
Os PMs localizaram o caseiro após uma pessoa que não quis se identificar ligar para o serviço 190 da Polícia Militar dizendo que o havia visto andando pela lagoa. A ligação chegou à central às 8h56, que mobilizou a viatura que estava mais próxima do local indicado. Ênio foi preso às 9h32. Ele tentou correr para escapar, mas não reagiu ao ser alcançado pelo sargento Sandro Neto e pelo soldado Juliano Dantas. "Nós perguntamos se ele sabia por que estava sendo preso. Ele disse que sabia, pois tinha visto sua foto nos jornais e na TV. Mas não confirmou nem negou envolvimento no crime. Alegou que só falaria em juízo", explicou o sargento Neto.
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Na DH, que investiga o crime, Dannenberg comemorou a prisão do suspeito. "Eu gostaria encarecidamente de agradecer ao anônimo que ligou para o 190. Com a sua ajuda, hoje (quinta-feira) temos menos um assassino nas ruas", disse o empresário, que atualmente mora em São Paulo.
Dannenberg falou a última vez por telefone com Alpha no dia 11 de julho. "Na quinta-feira, dia 26, me ligaram dizendo que minha mãe estava desaparecida há alguns dias. Naquela noite vim para o Rio. Na sexta, fui à casa dela e encontrei com Ênio, que abriu o portão para mim e disse que minha mãe tinha ido para Teresópolis. Fui a Teresópolis e a Petrópolis e não tive pista dela. No domingo, voltei para casa com a polícia, que vasculhou o quintal e a encontrou enterrada".
Ênio tem sete anotações criminais. Ele deixou a cadeia em 2006. No dia 4 de julho, o caseiro teve a prisão preventiva decretada por outro homicídio, em Botafogo, na zona sul, com as mesmas características. Ênio foi acusado de matar por asfixia Cleiane Oliveira Costa, dentro da clínica onde a vítima trabalhava como secretária, em 25 de maio. O corpo da vítima, que também foi violentada, foi localizado boiando na Praia de Botafogo.