Limpeza e organização são as novas palavras de ordem entre os internos da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara (Região Metropolitana de Curitiba). nesta quarta-feira, um grupo de 130 detentos se reuniu em mutirão para a primeira limpeza geral nas celas e galerias, depois da última rebelião ocorrida no início de junho deste ano.
Outra iniciativa, segundo o diretor interino da PCE, tenente-coronel Nemésio Xavier de França, será a distribuição de sacos plásticos e lixeiras para que os próprios presos se encarreguem de acondicionar o lixo.
Numa das visitas à penitenciária, a Folha pôde constatar que grande quantidade lixo é atirada pelas janelas das celas e se acumula no pátio da PCE, além dos restos de comida que os presos jogam nos corredores das galerias.
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"As galerias serão lavadas e desinfetadas semanalmente e os presos que estão fazendo a limpeza se encarregarão de cobrar o asseio dos demais," disse Nemésio.
A partir da próxima semana, os internos receberão também um kit de produtos de higiene. A preocupação em manter o ambiente e os detentos limpos é devido à proliferação de pulgas e piolhos, além do risco de doenças de pele.
O agente penitenciário com mais tempo de trabalho na PCE, Manoel Rodrigues, foi designado a fazer uma avaliação semanal das condições do ambiente da penitenciária, tanto quanto a questão da limpeza como do clima entre os internos.
Uma das mudanças propostas pelo diretor da PCE é a instituição de carteiras de identificação para cada interno com foto e a galeria e cela em que está lotado. A idéia é facilitar a identificação dos presos durante visitas e evitar que troquem de cela durante as revistas.
Xavier prometeu colocar em dia os exames criminológicos, atrasados por conta da rebelião e da falta de profissionais. Esses exames são feitos nos presos que têm direito à progressão de regime. Ele estima que cerca de 300 internos estão nessa condição.