A polícia esclareceu nesta quinta-feira (8) o assassinato da professora Renata Melo do Amaral, morta com um bebê no colo, dentro do carro, no dia 1° de novembro, em Curitiba. Quatro suspeitos de participarem de uma quadrilha responsável pelo crime foram presos, mas um ainda está foragido. A vítima foi morta com um tiro enquanto estava dentro do carro que os ladrões queriam levar. A criança não foi atingida.
Os suspeitos seriam os mesmo responsáveis pelo roubo do mesmo carro em outubro e integrantes de uma quadrilha especializada no roubo de veículos em Curitiba. Os automóveis seriam encomendados toda semana e vendidos para o Paraguai.
Dois acusados foram presos em Curitiba e outros dois em Umuarama, no Noroeste do Paraná, local de onde eram encomendados os assaltos, segundo a Polícia. Alex Martins, 27 anos, é suspeito de ser o chefe da quadrilha e foi mantido preso na cidade do interior, pois tinha um mandado de prisão para o município. Com ele também foi preso nesta quinta-feira outro suspeito, Cristian Horts Beck, 23 anos, o "Sasá", transferido para a capital.
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No sábado (3), foi preso Luiz Fernando Arcílio, 18 anos, reconhecido pelo esposo da vítima como autor do primeiro assalto e que também fez parte deste assalto. O outro suspeito é Marcelo Dubay, 25 anos, conhecido como "Polenta", preso na segunda-feira (5), com a arma do crime.
Investigação – Segundo o delegado da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Curitiba (DFRV), Renato Bastos Figueiroa, a polícia chegou aos criminosos após colherem provas ainda do primeiro assalto. "Encontramos comprovantes de compra de um mercado que nos levaram até este local e colhemos as imagens das câmeras que mostraram os acusados".
A polícia comparou as imagens com as que foram feitas por câmeras no local do crime e chegou a dois dos suspeitos. Na segunda-feira, a polícia recebeu uma denúncia de que a arma do crime poderia estar debaixo de uma árvore perto de um posto de combustíveis da BR-277, em Curitiba, e que os bandidos iriam até o local resgatá-la. Os policiais montaram campana no local até a chegada de um dos suspeitos.
A arma foi encaminhada para perícia do Instituto de Criminalística que, segundo a Polícia Civil, apontou que esta seria mesmo a arma do crime contra a professora.
Quadrilha – Alex Martins, segundo Figueiroa, seria o mandante de uma quadrilha especializada no roubo de veículos em Curitiba. Ele é suspeito de coordenar de Umuarama o esquema dos assaltos, de onde também vendia para o Paraguai os veículos roubados. O pagamento para cada assalto seria de R$ 2,5 mil. "Eles encomendavam de três a cinco carros por semana para serem roubados em Curitiba", diz Figueiroa.
Segundo o delegado, os bandidos não teriam voltado para roubar o veículo por saberem que o caro estava com a professora novamente. "Isso foi uma infeliz coincidência".
A polícia ainda procura um quinto suspeito de envolvimento no caso, que seria um adolescente integrante da quadrilha. Segundo Figueiroa, os suspeitos apontam para o menor de idade como o responsável pelo disparo contra a vítima. "Mas isso pode ser feito porque eles sabem que a pena para menores é de, no máximo, três anos. Eles podem querer se livrar de uma pena maior", diz o delegado, que não descarta a possibilidade de que o autor dos disparos seja outra pessoa entre os envolvidos ou o adolescente.