O Ministério Público inspeciona na próxima segunda-feira a reforma feita no contêiner-prisão da delegacia de Fazenda Rio Grande, Região Metropolitana de Curitiba. As modificações foram concluídas no começo desta semana. O espaço de 16 metros quadrados só continuaria a abrigar presos se recebesse melhorias nos sistemas de ventilação, iluminação, água e energia. Todos funcionavam precariamente, o que ameaçava a saúde dos detentos.
A cobertura do contêiner recebeu telhas transparentes para facilitar a entrada da luz do sol e eliminar a umidade. Um fio-terra foi instalado para evitar descargas elétricas durante tempestades. A "cela", ocupada por seis presos, também ganhou tomadas e disjuntores. O banheiro foi isolado por uma parede de concreto para impedir o contágio de doenças. Apesar das mudanças na estrutura, o contêiner está com os dias contados.
Segundo o titular da delegacia de Fazenda Rio Grande, delegado José Carlos de Oliveira, o acordo é para que o espaço seja desativado em janeiro do ano que vem quando ele espera que o governo do Estado conclua os dois prédios que vão servir de delegacia e cadeião. Ele terá capacidade para abrigar 26 presos. As obras estão embargadas há três anos por causa de falhas na execução do projeto. Oliveira disse que as reformas deixaram o contêiner em melhores condições do que as carceragens de outros distritos policiais.
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"Em comparação com outras delegacias, isso aqui é um hotel cinco estrelas", afirmou o delegado. Oliveira garante que depois da instalação do contêiner - todo em aço, do teto ao assoalho -, as tentativas de fuga acabaram. O contêiner foi instalado na delegacia há cerca de três meses e gerou muito polêmica entre o Ministério Público, entidade de defesa dos direitos humanos e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). "Não tinha outra solução. Onde é que a gente iria colocar os presos?", indagou o delegado.
Aguardando julgamento por assalto, Reginaldo Lange Alves, 24 anos, disse que a reforma melhorou o ambiente. "Antes era tudo escuro, não entrava ventilação, não tinha nada. O espaço está bom", disse Alves, há três meses no contêiner. Os outros cinco colegas de contêiner já foram condenados e aguardam uma vaga no sistema penitenciário.