Um helicóptero de aeromodelismo com uma câmera de vídeo pode se tornar uma arma da Polícia Civil contra a criminalidade. A idéia, que está em fase embrionária, é do delegado João Alberto Fiorini de Oliveira, chefe do Serviço de Registros Policiais, e já vem sendo estudada por professores do Departamento de Automação do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (Cefet-PR).
Fiorini explica que a aeronave seria criada para momentos de conflitos. Por exemplo, em situações com reféns, o mini-helicóptero percorreria o local onde estariam as pessoas presas, tomando imagens que seriam usadas pela polícia. Outra possibilidade seria em rebeliões, em que a aeronave voaria sobre os presídios para saber detalhes da ação dos rebelados.
"Com esse tipo de mecanismo, o policial não fica exposto e pode ter acesso a informações que normalmente não são acessíveis", diz. De acordo com o delegado, sistemas de monitoramento semelhantes já são empregados por policiais ou soldados americanos e israelenses. Também, prossegue Fiorini, as redes de televisão americanas e até uma brasileira empregam essa tecnologia.
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O delegado diz que, junto com o Cefet, pretende-se criar um sistema de monitoramento em um helicóptero de aeromodelismo. "Um equipametno como esse custa entre R$ 3 mil e R$ 4 mil. Já as câmeras de vídeos sairiam um pouco mais caro", afirma.
No Cefet, o trabalho vem sendo elaborado pelo professor de Automação, Ruy Nakayama. O professor explica que a intenção é aproveitar a tecnologia que foi desenvolvida para empresa Furukuwa. Um carro-robô foi criado para percorrer as redes elétricas de alta tensão, avaliando os cabos óticos. Essa vistoria é feita nos fios ligados (com energia elétrica passando), que ficam em lugares altos.
O professor, que também é gerente-técnico da empresa Knowha Engenharia Eletromecânica, responsável pela criação do robô da Furukuwa, diz que o trabalho de acoplar uma câmera em helicóptero de controle remoto não é complicada. De acordo com o engenheiro, basta fazer alguns ajustes. "E o equipamento pode ser concluído em alguns meses."
Para que o projeto saia do papel, o delegado precisa da aprovação do comando da Polícia Civil. Em uma primeira etapa, seria construído um protótipo, em que se avaliariam possíveis falhas. E, somente depois de aprovado por completo, o modelo entraria em operação.