Integrava grupo criminoso
Os alunos da Escola Municipal Eugênio Brugin, localizada no Conjunto São lourenço, na zona sul de Londrina, foram dispensados das aulas na manhã desta quarta-feira (2), depois de fios de energia elétrica terem sido furtados durante a madrugada. Esta foi a segunda vez que a unidade escolar foi vítima da ação de bandidos nesta semana – outra invasão aconteceu no domingo (30). Além disso, um outro furto de fiação foi registrado no local na semana passada, deixando alunos sem merenda e provocando curto-circuito em equipamentos eletroeletrônicos.
A diretora da escola, Joselita Marques Fritz, conta que foi avisada de manhã pela Guarda Civil Municipal de que as imagens de monitoramento haviam desaparecido. "Quando cheguei, a escola estava sem energia elétrica. Furtaram os cabos que ligam o poste externo. Com as salas escuras, tive de dispensar os alunos, não era possível dar aula." Ela acrescenta que o local foi alvo de arrombamento 12 vezes neste ano.
Na semana anterior, o furto de fios no interior da unidade provocou a ligação de corrente 220 volts que danificou freezer e geladeira que guardavam alimentos para a alimentação dos estudantes, além de computador, televisor e dois micro-ondas adquiridos pelos próprios professores que levam seu almoço para a escola.
Na ocasião, os alunos ficaram sem o desjejum, porque não era possível saber se a qualidade dos produtos estava mantida, e outros que precisavam de refrigeração, como carnes, precisaram ser repostos. O prejuízo financeiro é arcado pela Secretaria Estadual de Educação (Seed), mas o prejuízo para os alunos é inestimável, segundo a diretora.
"Da outra vez, eles estudaram sem se alimentar. Agora, ficaram sem estudar, porque as salas estavam escuras e não tinha como mantê-los. É ruim para eles, que veem na escola um espaço seguro, e para os pais e mães que contavam com os filhos protegidos enquanto eles trabalham", diz Joselita, que procura fazer ações que tornem o local agradável para os estudantes.
A escola Eugênio Brugin atende 614 alunos em 13 turmas que vão do pré até o quinto ano, além de duas turmas noturnas para Educação de Jovens e Adultos (EJA). A dispensa desta quarta-feira (2) enviou cerca de 300 estudantes para casa.
A secretária de Educação de Londrina, Maria Tereza Paschoal de Moraes, afirma que a equipe da pasta e da Secretaria de Obras trabalham no local para restabelecer o fornecimento de eletricidade e retomar as aulas o quanto antes.
De acordo com ela, as escolas municipais de Londrina tornaram-se alvos de vândalos neste ano, com um registro de vandalismo a cada dois dias no primeiro semestre. "Quase todos os dias, diretores e equipes chegam e encontram algum tipo de sinal de invasão. Se não há furto, há lixo revirado, há sinais de tentativa de arrombamento. Quem passou por isso, diz que é uma sensação de violação terrível."
A secretária afirma que a pasta levanta dados de onde há mais ações de vândalos e medidas para controlar devem ser anunciadas em breve, mas ela não forneceu prazo. Para definir ações, a equipe levanta dados para alimentar o Sistema de Informação de Violência nas Escolas, previsto em lei de 2012, mas ainda não implantado. "Com esses dados em mãos, vamos saber onde se concentram os casos e quais as ocorrências mais frequentes, para trabalhar de modo a evitá-las", explica.
Por enquanto, os levantamentos estão concentrados em seu gabinete, mas o Departamento de Tecnologia da Informação (DTI) trabalha em um sistema informatizado que será alimentado pelas próprias equipes escolares. As informações também devem ficar disponíveis para a comunidade, mas preservando identidades. A perspectiva é que esteja funcionando no início do próximo ano letivo.