A ONU (Organização das Nações Unidas) publicou nesta sexta-feira (27) uma recomendação aos países para que deem especial atenção aos casos de violência doméstica em virtude das políticas de isolamento social, adotadas em todo o mundo como forma de combate à disseminação do Covid-19.
Segundo o documento, durante a quarentena muitas mulheres podem ficar expostas a uma carga maior de serviços domésticos, assim como estarem mais próximas de seus agressores.
Contudo, como esclarece a delegada Magda Hofstaetter, responsável pela Delegacia da Mulher de Londrina, ainda é cedo para se constatar um aumento nos casos de violência doméstica.
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Os atendimentos continuam sendo feitos normalmente, seguindo as políticas de prevenção estipuladas pelas autoridades sanitárias.
Em Londrina, como esclarece a delegada, houve uma redução nos registros presenciais das ocorrências em virtude do isolamento social, que reduziu o fluxo de pessoas. Contudo, ela explica que as equipes estão fazendo muitas orientações por telefone, atendendo às recomendações da Polícia Civil em todo o estado.
Especificamente sobre o relatório da ONU, ela afirma que "tudo tende a causar o aumento, mas isso não é uma regra". Hofstaetter também pondera que muitas vítimas só tiveram tempo de se organizar para fazer as denúncias depois do início da quarentena, sendo muitos os fatores a serem analisados para se tirar uma conclusão mais concreta.
Segundo dados da 4ª Companhia Independente da Polícia Militar, que atende principalmente a Zona Norte da cidade, houve um aumento dos acionamentos: desde o começo do mês de março, até o começo da quarentena, havia apenas cinco ocorrências registradas. Apenas na primeira semana da quarentena, foram oito acionamentos.
Já no 5º Batalhão de Polícia Militar, nos primeiros dias de isolamento, antes do decreto da quarentena, o número de denúncias já havia reduzido 12%. Depois de iniciado o período oficial de quarentena, no dia 22 de março, a redução foi de 30%. Esses percentuais são em comparação com a média de denúncias semanais.
A respeito das ocorrências registradas junto à Polícia Militar, Hofstaetter também afirma que é necessário olhar para além dos números, observando, por exemplo, se a violência que está sendo registrada é atual ou pretérita, e se é um novo caso ou continuidade de ocorrências anteriores.
(*Sob supervisão de Fernanda Circhia)