A votação em plenário da terceira representação contra o presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tem nova data. O julgamento, inicialmente marcado para quinta-feira (22), foi adiado para 4 de dezembro, depois que o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), anunciou que só irá apresentar o parecer sobre o caso na Comissão de Constituição Justiça (CCJ) na semana que vem.
A manobra regimental do PSDB acabou adiando, também, a votação do primeiro turno da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Só em 14 de dezembro os senadores vão analisar a matéria em primeiro turno, e no dia 22, em segundo.
Mesmo assim, o presidente interino da Casa, Tião Viana (PT-AC), garantiu que tanto a CPMF quanto o processo contra Renan Calheiros serão votados ainda este ano. "Há prazo regimental a ser cumprido e há um limite na elasticidade desse prazo. Tanto o caso do senador Renan Calheiros como a CPMF serão votadas nesse exercício legislativo", disse.
Leia mais:
Bolsonaro e aliados se apegam a tese de perseguição contra investigação de golpe
Londrina vai sediar o 1º Encontro de Transparência e Controle Social
Câmara de Londrina debate nesta segunda-feira alterações na Lei Cidade Limpa
Bolsonaro sai em defesa de militares suspeitos de plano para matar Lula
Tião Viana disse que decisão do PSDB aproximou o caso Renan da votação da CPMF, matéria que o partido já anunciou ser contrário e que usará de todos os recursos regimentais possíveis para atrasar a votação.
"Houve sobreposição dos casos. O senador Artur Virgílio aproximou o caso Renan da CPMF e entendeu que assim traria mais dificuldade à CPMF. Vamos ter de conviver com isso, que faz parte dos recursos regimentais que foram apresentados", disse. "O melhor para a Casa é que os assuntos sejam separados: CPMF é uma coisa, assunto Renan é outra", acrescentou.
Virgílio disse que vai usar todos os recursos regimentais para atrasar a votação da CPMF. Segundo ele, é o próprio governo que tem vinculado os dois assuntos e usando como moeda para aprovar a CPMF a absolvição de Renan Calheiros no plenário.
"Estou sentindo que há obrigação do PT de salvar o senador Renan e da base aliada também e eles querem aprovar a CPMF. Querem juntar as duas coisas", disse.