O advogado Gedimar Passos, preso na última sexta-feira (15), deu à Polícia Federal o nome do integrante do PT que entregou cerca de R$ 1,7 milhão para ele e para o empreiteiro Valdebran Padilha, suspeitos de intermediar a compra de um dossiê contra os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin a membros do PT.
O dossiê também comprometeria o sucessor de Serra no ministério da Saúde, o tucano Barjas Negri, e ainda políticos do PT e de outros partidos da base aliada do governo.
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, que teve acesso ao teor do depoimento, o suposto mandante da operação seria dono de uma empresa de segurança no eixo Rio-São Paulo, mas Gedimar não soube dizer se essa pessoa tem influência no PT. A PF tem indícios que apontam para Freud Godoy, assessor de gabinete da Presidência e ex-coordenador de segurança em todas as campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto. Ele foi procurado pela reportagem neste domingo (17), mas não foi localizado.
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Luiz Antônio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas, e seu tio, Paulo Roberto Dalcol Trevisan, que foram detidos durante a mesma ação, estão presos em um anexo do presídio Pascoal Ramos, em Mato Grosso.
A operação foi desencadeada pela PF na sexta-feira, com a prisão de Vedoin, em Cuiabá, depois que seu tio informou que ele tinha fotos e um DVD que ligariam Serra -candidato ao governo de São Paulo- e o presidenciável Alckmin à Planam, empresa de Vedoin. Tio e sobrinho devem responder por ocultação de provas.
Trevisan foi preso no dia seguinte, em sua casa, em Cuiabá. A Justiça decretou sua prisão temporária e ele deve permanecer detido durante esta semana. Já Vedoin deve continuar detido porque perdeu o benefício da delação premiada.
Inicialmente, segundo Passos, Vedoin teria pedido R$ 20 milhões pelo dossiê. O preço acabou sendo reduzido a R$ 2 milhões e, além dos cofres PT, o dinheiro teria vindo de uma revista.
A função de Passos, que é agente aposentado da PF, seria analisar o material. Padilha, segundo o Diretório do PT de Cuiabá, chegou a ser indicado para um cargo de diretor da Eletronorte no início do governo Lula. Mas uma ala do PT impediu a nomeação enviando um dossiê contra ele sobre superfaturamento em prefeituras de Mato Grosso.
Fonte: Estado de S.Paulo e Folhapress