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De olho nas eleições

Aécio assume direção do PSDB

BBC Brasil
19 mai 2013 às 10:59

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Ao assumir a direção nacional do PSDB neste sábado no lugar do deputado federal Sérgio Guerra (PE), o senador mineiro Aécio Neves finca os pés na próxima corrida presidencial e se antecipa a outros potenciais candidatos à disputa, que vivem situação indefinida a um ano e cinco meses do pleito.

Candidato único à presidência do partido na convenção nacional da sigla, Aécio negociou postos da Executiva com o PSDB de São Paulo na tentativa de aplacar resistências de tucanos paulistas à sua intenção de concorrer ao Planalto. Por meio de aliados, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ex-governador José Serra estarão representados na direção da legenda.

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Um dos motivos do arranjo é tentar convencer Serra a permanecer no PSDB. Especula-se que o tucano considere migrar de partido para disputar a Presidência outra vez, o que, em tese, poderia dividir o eleitorado de Aécio.

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No comando do PSDB, o senador de Minas terá mais visibilidade e representará os tucanos em viagens pelo país, nas quais poderá costurar apoios à sua candidatura. Aécio tenta se firmar como o principal candidato da oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff, que já anunciou o desejo de disputar a reeleição.

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Candidaturas incertas


Nos próximos meses, outros dois políticos proeminentes poderão entrar na disputa: a ex-senadora Marina Silva e o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB). As candidaturas de ambos, porém, ainda são incertas.

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Terceira colocada na eleição de 2010, com 20 milhões de votos, Marina tenta colher 500 mil assinaturas até outubro para fundar seu novo partido, a Rede Sustentabilidade. Mesmo que a sigla seja registrada no prazo e Marina se lance à disputa, a Rede corre o risco de não ter acesso ao fundo partidário nem à propaganda eleitoral gratuita na TV, caso o Congresso aprove um projeto de lei em tramitação que dificultaria a criação de novas legendas.


Campos, por sua vez, tem se recusado a dizer se concorrerá à eleição, embora venha se portando como candidato em sucessivos eventos, fazendo diversas críticas ao governo federal. O pernambucano é um dos governadores com maior aprovação popular do país e poderia, em tese, enfraquecer a candidatura de Dilma no Nordeste.

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Em abril, num possível ensaio para sua campanha, ele deu início a uma série de debates que ocorrerão em várias cidades brasileiras. As "Oficinas Diálogos do Desenvolvimento Brasileiro" buscam discutir uma nova agenda para o desenvolvimento para o país.


A posição do governador, porém, é ambígua, já que seu partido, o PSB, integra a coalizão governista e ele não anunciou a vontade de romper com o PT.

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Apoio total


Enquanto Campos e Marina lidam com incertezas, Aécio avança na corrida, mas ainda tem a missão de unificar o PSDB em torno de si. Embora já se assuma como presidenciável e tenha entre seus fiadores caciques tucanos como o ex-presidente FHC e Sérgio Guerra, o mineiro não tem o apoio total da sigla à sua candidatura.

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Em declaração a jornalistas na última quinta-feira, Alckmin disse que o PSDB tinha vários bons candidatos ao próximo pleito presidencial e que a sigla só escolheria seu representante na disputa no fim deste ano.


Serra tampouco tem respaldado o mineiro. Segundo aliados, a postura do ex-governador paulista reflete, além de diferenças pessoais com Aécio, seu descontentamento com a posição do mineiro quando Serra disputou a Presidência, em 2002 e 2010.

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Nas duas ocasiões, aliados de Serra dizem que Aécio não se empenhou para conseguir votos para o correligionário em Minas, segundo maior colégio eleitoral do país. Em 2010, a BBC Brasil esteve numa cidade no interior mineiro (Belo Oriente) em que candidatos tucanos haviam riscado o nome de Serra de um folheto que promovia candidatos do partido, entre os quais Aécio.


Segundo o senador tucano Álvaro Dias, do Paraná, o maior desafio do PSDB é "estabelecer a convergência dos discordantes em relação ao essencial, que é um projeto de nação".


Ele critica a forma pela qual Aécio tem sido alçado ao posto de presidenciável. "Ninguém foi ouvido, não houve participação da militância. Vai se desenvolvendo quadro como se deseja de cima para baixo, essa é a razão da discordância", diz ele à BBC Brasil.

Segundo Dias, o mineiro tem condições de ser o candidato tucano, mas "teria mais se fosse escolhido num processo democrático". "Se o processo tivesse sido outro, ele certamente estaria mais confiante na condição de candidato e teria o entusiasmo da militância a seu favor."


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