A chefe do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Londrina, Maria Genoveva Belucci, deve ser exonerada do cargo nos próximos dias, conforme informações da Secretaria de Estado da Educação. Uma fonte do NRE afirmou à Folha que, na sexta-feira, o deputado estadual Antonio Carlos Belinati (sem partido) teria telefonado a ela, comunicando seu afastamento do cargo. Belinati teria informado também que a supervisora de ensino Sandra Amaral assumirá a chefia do núcleo. Maria Genoveva negou que tenha sido comunicada pelo deputado ou pela secretaria de seu afastamento.
Maria Genoveva assumiu o núcleo em 1995, por indicação do ex-prefeito Antonio Belinati, cassado por envolvimento em desvio de recursos públicos. Os boatos de que ela deixaria o cargo começaram na semana passada, depois da visita tumultuada do governador Jaime Lerner (PFL) a Londrina, quando ele reinauguraria o Colégio Estadual Marcelino Champagnat. Informações desencontradas sobre a reorganização escolar determinada pelo Estado, que causaram um impasse entre a APP-Sindicato e o núcleo, também está sendo apontada como um dos fatores da saída.
"Até esse momento (ontem à tarde), não fui comunicada de nada. Mas como sei que esse é um cargo político, posso ser afastada a qualquer hora. Existe muita polêmica sobre o meu afastamento e, por isso, não estou surpresa sobre essa possibilidade", desconversou. Ela disse ainda que não acredita que os protestos realizados durante a visita do governador tenham influenciado o seu afastamento.
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Ontem à tarde, a assessoria de imprensa da secretaria informou que o processo de exoneração de Maria Genoveva está em andamento, mas que ainda não foi definida a data de seu afastamento. O nome do substituto dela, segundo a assessoria, ainda não está definido porque dependeria de indicação política. A assessoria não informou os motivos da exoneração de Maria Genoveva.
O presidente da APP-Sindicato, Luiz Martins de Lima, disse que a exoneração de Maria Genoveva não está sendo avaliada com algo positivo ou negativo pelo sindicato. "Ela vem obedecendo as determinações do governo do estado, que é a de desmontar as escolas públicas". A Folha procurou o deputado Antonio Carlos Belinati na Assembléia Legislativa e em seus telefones celulares, mas ele não foi encontrado.