Aliados do governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), não gostaram da ausência do peemedebista na pesquisa feita pelo Instituto Datafolha sobre a preferência do eleitorado entre os pré-candidatos à Presidência da República na disputa de 2010. O governador Requião foi lançado pré-candidato à cadeira do presidente Lula (PT) pelo grupo peemedebista que se rebelou contra o pré-acordo de aliança firmado entre as cúpulas do PMDB e do PT.
Os dissidentes anunciaram o nome do governador do Paraná no dia 21 de novembro último, e a pesquisa do Datafolha, divulgada no domingo pela Folha de S. Paulo, foi realizada de 14 a 18 de dezembro. A pesquisa divulgada no domingo é a primeira depois do lançamento do governador Requião à vaga. O levantamento anterior foi feito em agosto. Para o presidente do diretório do PMDB em Curitiba, Doático Santos, a pesquisa deveria ter incluído a alternativa de candidatura própria do PMDB ao Executivo nacional.
Doático enviou ontem uma carta ao diretor presidente do Instituto Datafolha, Mauro Paulino. No texto, ele argumenta que a pré-candidatura do PMDB já ganhou respaldo de representantes de 15 dos 27 diretórios estaduais da legenda. Ele cobrou ainda que o nome do correligionário seja incluído em todas as pesquisas realizadas pelo instituto.
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''(...) é mais que salutar e importante ao eleitorado brasileiro tomar conhecimento da proposta de candidatura própria do PMDB para presidente e do nome do governador do Paraná, Roberto Requião, como pré-candidato do partido. Vale ainda dizer que a proposta pela candidatura própria e o nome de Requião serão levados à convenção nacional do PMDB, marcada, a princípio, para junho de 2010'', escreveu Doático.
A editora do caderno Brasil da Folha de S. Paulo, Vera Magalhães, disse à Reportagem que a primeira reunião com o instituto para definir os cenários eleitorais prováveis ocorreu no dia 29 de outubro, anterior, portanto, ao lançamento da pré-candidatura do governador Requião. Ela não garantiu, contudo, que o nome do peemedebista constará na próxima pesquisa pré-eleitoral. A definição dos nomes e dos cenários seguem ''critérios jornalísticos'', explica ela. Já o instituto apenas trabalha com os nomes definidos pela editoria Brasil do jornal.
Embora lançado há quase um mês, o nome do governador Requião só ganhou força recentemente, quando membros da cúpula do PMDB, como o deputado federal Michel Temer, trocaram farpas com o presidente Lula (PT), que sugeriu uma lista tríplice da legenda aliada para a escolha do candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Dilma Rousseff.
Na pesquisa estimulada divulgada domingo, aparecem os nomes dos pré-candidatos José Serra (PSDB), que obteve 37% das intenções de voto, de Dilma Rousseff (PT), com 23%, de Ciro Gomes (PSB), com 13%, e de Marina Silva (PV), com 8%. Votos brancos ou nulos somam 9%. Entre os entrevistados, 10% não sabem. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Foram feitas entrevistas com 11.429 eleitores. O instituto também fez levantamentos a partir da inclusão do nome de Aécio Neves (PSDB), que anunciou na quinta-feira última que não sairá candidato a presidente da República.