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Lavagem de dinheiro

Alvaro Dias cobra apuração sobre manipulação em loterias

Agência Senado
23 abr 2013 às 17:12
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Em pronunciamento nesta terça-feira (23), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) cobrou da Polícia Federal e do Ministério Público a apuração de denúncias de lavagem de dinheiro e manipulação de resultados nas loterias da Caixa Econômica Federal. Ele disse que as investigações desses casos precisam ser concluídas para apontar a responsabilidade civil e criminal dos envolvidos.

Alvaro Dias também cobrou da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) celeridade nos procedimentos para aprovação de projeto de sua autoria que estabelece instrumentos para evitar que as loterias da Caixa sejam utilizadas em ações de lavagem de dinheiro. O PLS 62/2007 aguarda designação de relator na comissão.

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De 2002 a 2006, de acordo com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, houve um desvio de R$ 36 milhões, com o envolvimento de 75 pessoas, mencionou Alvaro Dias, afirmando que a conclusão das apurações é desconhecida. Ele disse ter recebido das autoridades "respostas lacônicas, insuficientes e nada esclarecedoras" a requerimentos de sua autoria apresentados desde 2004 sobre denúncias envolvendo as loterias da Caixa.

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"É evidente que se trata de lavagem de dinheiro. O dinheiro sujo é entregue à Caixa Econômica e quem entrega o dinheiro sujo recebe o dinheiro limpo. É obvio que envolvia uma quadrilha", afirmou.

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Alvaro Dias disse que as denúncias sobre as loterias estão presentes nas redes sociais e relembrou episódios de supostas fraudes no pagamento dos prêmios, como o de um sorteio "estranho e duvidoso" que contemplou uma série de ganhadores, quando a probabilidade teórica da ocorrência seria de um caso a cada 400 anos. Ele também citou casos de pessoas que conseguiram ganhar na loteria 550, 107, 327 e 206 vezes na loteria e ainda a história de um cidadão que ganhou 107 prêmios no mesmo dia em sete modalidades de loteria em vários estados da Federação.


"Se não houve corrupção, se não houve lavagem de dinheiro, se não houve crime, se nenhum ilícito foi praticado, um milagre ocorreu, esses cidadãos são milagreiros, são privilegiados de Deus, inspirados por força divina para ganharem tantas vezes na loteria", afirmou.


Alvaro ressaltou que chegou a ser investigado pelo Ministério Público por vazar informações sigilosas do Coaf. No entanto, segundo ele, não cabe a um parlamentar eleito pelo povo encobrir crimes e proteger criminosos, mesmo que a legislação o impeça.

"O tempo passou, houve prescrição e arquivamento, portanto, não fui julgado. Estava curioso para assistir a meu próprio julgamento, porque seria a consagração da inversão dos valores: quem denuncia é julgado, o denunciado, não. Esta é a perversa inversão de prioridade de valores prevalente no Brasil atual", afirmou.


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