O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) ainda não foi comunicado se continua ou não como indicado do partido para ser candidato a vice-presidente na chapa puro-sangue com José Serra. Nos bastidores, porém, lideranças do DEM confirmam que o entendimento entre as duas legendas é a de que não cabe mais a indicação do senador paranaense para o cargo, uma vez que o irmão dele, senador Osmar Dias (PDT-PR), já anunciou que está ao lado dos petistas na eleição.
"Ainda não fui comunicado sobre um novo cenário. E quem pode me comunicar algo sobre isto está aqui ao meu lado", disse Alvaro Dias à Agência Estado, referindo-se ao presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), com quem esteve reunido na manhã de hoje em Brasília.
Segundo Dias, o presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, telefonou por volta do meio-dia para Guerra, mas teria dito que também não tem novidades sobre as negociações em torno da vaga de vice na chapa encabeçada por Serra. "Seja qual for a decisão do partido, será a minha. Sem ressentimentos", completou Dias. "Estou muito tranquilo. Se não for indicado a vice não sobrará nenhum resquício de problema em relação a mim. Minha preocupação é ajudar na campanha para eleger José Serra. Nosso adversário é o governo, eu não sou problema", acrescentou.
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A indicação de Alvaro Dias passou a ser aventada dentro do PSDB como uma possível solução para o impasse eleitoral no Paraná. Osmar Dias negociava, até recentemente, se seria candidato ao governo do Estado na chapa PT-PMDB-PDT ou se seria candidato ao Senado na chapa do PSDB. Diziam os tucanos que Alvaro Dias se fortaleceria se conseguisse trazer o irmão para o lado tucano. Com a decisão contrária de Osmar, Alvaro perdeu força.
"Acho que a candidatura do Osmar Dias mudou muito o rumo das coisas. Isso é inegável. Agora, qual o produto das conversas, nós temos que esperar", afirmou o vice-presidente do DEM, ACM Neto (BA). "Não foi batido o martelo de que Alvaro Dias não é mais o indicado, mas este já é o entendimento de todos", completa outro membro da cúpula do DEM. O líder do partido no Senado, José Agripino Maia (RN), afirma que o acordo ainda está sendo construído.
O único consenso, até o momento, segundo Agripino, é de que o DEM participará ativamente da escolha do vice para reverter o mal-estar causado pela indicação de Alvaro Dias, anunciada pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson, pelo Twitter, sem conhecimento prévio da cúpula do Democratas. Não significa, porém, que o escolhido tenha que ser obrigatoriamente do DEM. "O importante é que o DEM voltou a ser protagonista na escolha", resumiu Agripino.