O ex-deputado André Vargas, apesar de optar por ficar calado diante dos membros da CPI da Petrobras, em depoimento que ocorre na sede da Justiça Federal em Curitiba, disse que nunca recebeu recursos ilícitos do doleiro Alberto Youssef.
"Eu o conheço [Youssef] há mais de 30 anos. Eu o conheci vendendo coxinha no aeroporto de Londrina. Depois dele ter cumprido pena, ele se transformou no proprietário do maior hotel de Londrina e é sócio ainda de um grande hotel em Aparecida do Norte, junto com a empresa católica", disse Vargas.
"Ele é um empresário e eu mantive um relacionamento a luz do dia com ele", disse Vargas. "Mas recebeu algum recurso financeiro dele?", perguntou o deputado Ivan Valente (Psol-SP). "Eu não reconheço nenhum repasse dele para mim porque não ocorreram", disse o ex-deputado.
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No início, silêncio
Ao chegar para depor, André Vargas cumprimentou alguns deputados da CPI, mas disse que ficaria em silêncio. "Eu sempre fui um defensor do Parlamento, principalmente quando era vice-presidente da Câmara, mas vou permanecer calado".
"O senhor não vai responder a pergunta alguma ou vai responder algumas perguntas?", perguntou o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), relator da CPI. "Não vou responder a nenhuma pergunta", esclareceu.
Vargas foi questionado pelo gesto que fez durante uma sessão solene da Câmara em que estava sentado ao lado do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, erguendo os punhos. "O senhor se arrepende desse gesto?", perguntou o deputado Celso Pansera (PMDB-RJ). "Não vou responder", disse o deputado.
"O senhor André Vargas, quando era deputado, era um falastrão. Agora é um caladão", provocou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).