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Combate à doença?

Após marca de 100 mil mortes por Covid, Bolsonaro critica isolamento

Ricardo Della Coletta - Folhapress
10 ago 2020 às 08:04
- Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Um dia depois de o Brasil ter superado 100 mil mortes pelo novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro voltou neste domingo (9) a defender ações do governo federal tomadas durante a pandemia, criticou o isolamento social radical ('lockdown') e acusou falsamente a rede Globo de ter "festejado" a marca simbólica de óbitos da Covid-19.


O Brasil se consolidou como um dos epicentros da transmissão do vírus no mundo, superando os 3 milhões de casos registrados, segundo dados coletados com as secretarias estaduais da saúde pelo consórcio formado por Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, o Globo e G1.

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Em uma mensagem no Facebook, Bolsonaro republicou uma reportagem do jornal britânico Daily Mail que cita números oficiais para argumentar que o "lockdown" – confinamento radical – matou duas pessoas para cada três que morreram de Covid-19, de 23 de março a 1º de maio naquele pais.

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Segundo a publicação, 16 mil britânicos morreram no período por não terem tido acesso a serviços de saúde, enquanto a Covid matou 25 mil pessoas no mesmo intervalo.

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"Conclui-se que o 'lockdown' matou duas pessoas para cada três de Covid no Reino Unido. No Brasil, mesmo ainda sem dados oficiais, os números não seriam muito diferentes", escreveu Bolsonaro, que desde o início da crise criticou medidas restritivas adotadas por governadores para tentar conter a curva de contaminação.


O presidente também se destacou de outros líderes internacionais por ter minimizado os impactos da pandemia e provocado aglomerações – muitas vezes sem máscara de proteção facial – mesmo quando alertado por especialistas que o isolamento era fundamental para reduzir o número de novos casos.

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Criticado por não ter manifestado pesar pelos 100 mil mortes, como fizeram os presidentes da Câmara, do Senado e do STF (Supremo Tribunal Federal), Bolsonaro disse neste domingo que lamenta "cada morte, seja qual for a sua causa, como a dos três bravos policiais militares executados em São Paulo". Os policiais citados morreram após abordagem por um homem que se apresentou falsamente como policial civil.


"Quanto à pandemia, não faltaram recursos, equipamentos e medicamentos para estados e municípios. Não se tem notícias, ou seriam raras, de filas em hospitais por falta de leitos UTIs [Unidades de Terapia Intensiva] ou respiradores", continuou.

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Sem citar a TV Globo nominalmente, Bolsonaro referiu-se a ela como "aquela grande rede de TV que só espalhou o pânico na população e a discórdia entre os Poderes". Bolsonaro trata a Globo como adversária do governo e já ameaçou não renovar a concessão da emissora.


"No mais, essa mesma rede de TV desdenhou, debochou e desestimulou o uso da hidroxicloroquina que, mesmo não tendo ainda comprovação científica, salvou a minha vida e, como relatos, a de milhares de brasileiros", escreveu Bolsonaro, que anunciou no dia 7 de julho ter sido contaminado pelo coronavírus.

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O presidente se recuperou e diz ter sido medicado com a hidroxicloroquina, remédio sem eficácia científica comprovada para combater o coronavírus. Estudos apontaram ainda para o risco de efeitos colaterais relacionados ao uso da droga.


Bolsonaro escreveu ainda que a "desinformação mata mais até que o próprio vírus" e acusou a Globo de fazer uso político da pandemia, sugerindo que a TV seria responsável por mortes que poderiam ter sido evitadas.

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A Globo tem dado grande destaque para a crise da Covid-19 em sua cobertura jornalística, ressaltando as recomendações de distanciamento social emitidas por diversos especialistas e pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e dando espaço em seu noticiário para contar as histórias de pessoas que morreram da pandemia.


Por último, também sem citá-la nominalmente, Bolsonaro afirmou que a TV festejou o marco dos 100 mil óbitos na sua edição do Jornal Nacional de sábado (8), o que é falso.

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"De forma covarde e desrespeitosa aos 100 mil brasileiros mortes, essa TV festejou essa data no dia de ontem, como uma verdadeira final da Copa do Mundo, culpando o presidente da República por todos os óbitos", afirmou.


Um editorial lido pelos apresentadores do JN destacou que o direito à saúde é previsto na Constituição, mas que mesmo em meio à pandemia o país permanece sem um ministro da Saúde titular.

O telejornal lembrou diversas declarações de Bolsonaro minimizando a doença – como quando ele reagiu com um 'E daí?' ao ser questionado sobre a avanço das mortes no país – e concluiu o editorial questionando os telespectadores se o presidente e outras autoridades cumpriram com o dever de garantir acesso à saúde para a população.


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