Um ato em defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff, convocado pelas redes sociais, reuniu ontem, segundo a Polícia Militar presente no local, cerca de 2,5 mil pessoas na região da Avenida Paulista, área central de São Paulo. A manifestação foi marcada também pela defesa de nova intervenção militar no País.
"Se você acha que democracia é isso que temos aqui, então sou a favor da volta do militarismo", disse o investigador de polícia Sergio Salgi, de 46 anos. Ele foi ao ato com uma faixa com os dizeres "SOS Forças Armadas". Gritos como "Viva a PM" foram entoados pelos manifestantes.
O deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro (PSC) - filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) - discursou em cima do único carro de som do ato e disse que, se seu pai tivesse se candidatado ao Planalto este ano, teria "fuzilado" a presidente - reeleita no domingo passado. "Ele teria fuzilado Dilma Rousseff se fosse candidato."
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Marcola. O filho de Bolsonaro disse ainda que votaria em Marcola - apelido de Marcos Willians Camacho, líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) -, mas não em Dilma. "Dizia na campanha: voto no Marcola, mas não em Dilma. Pelo menos ele tem palavra."
Na internet, o ato de ontem teve a confirmação de mais de 100 mil pessoas. Manifestantes carregavam cartazes com mensagens como "Intervenção militar já", "PT é o câncer do Brasil" e "Fraude nas urnas". "(As urnas) são fraudáveis. Qualquer um que não é analfabeto sabe disso", afirmou o perito Ricardo Molina, em discurso.
Os manifestantes seguiram em direção ao Parque Ibirapuera e, no caminho, houve uma ameaça de racha do movimento - entre grupos que defendiam um novo golpe militar no País e outros que desejavam apenas protestar contra a eleição de Dilma. "Exigimos a recontabilização dos votos. Não tem ninguém golpista aqui", disse o músico Lobão, após conferir no celular a repercussão da manifestação.
Durante o trajeto até o Ibirapuera, moradores da região balançaram bandeiras do PT nas janelas. "Vai pra Cuba", reagiram os manifestantes - alguns levavam bandeiras do ex-candidato do PSDB a presidente Aécio Neves.
Em Brasília, cerca de 500 pessoas, segundo a PM, também se reuniram para protestar contra a presidente Dilma Rousseff na Esplanada dos Ministérios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.