Reunidos em almoço com o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) e com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta quarta-feira, 12, deputados peemedebistas criticaram a postura "morde e assopra" do correligionário Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado. No início da semana, Renan apresentou uma série de propostas batizada de "agenda Brasil".
Ao discursar, Cunha não citou diretamente Renan. Disse que a Câmara não poderia aceitar a pecha de "incendiária" e citou como exemplo o projeto que altera a política de desoneração da folha de pagamento de alguns setores da economia. O texto foi votado e aprovado na Câmara no primeiro semestre, mas está parado no Senado.
Já o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) tratou como "oportunismo" a aproximação de Renan com o governo. Segundo um parlamentar que participou do encontro, ele disse que o presidente do Senado poderia ter conversado com o presidente da Câmara antes de tomar qualquer iniciativa.
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A "agenda Brasil" traz uma série de medidas divididas em três eixos: ajuste fiscal, melhoria de ambiente de negócios e proteção social. Entre as propostas que são de interesse do governo e que já estão sendo debatidas no Congresso está a questão da desoneração da folha do pagamento, a reforma do ICMS e a repatriação de recursos de brasileiros depositados no exterior. A lista também traz bandeiras levantadas pelo próprio Renan, como criar a Instituição Fiscal Independente e aprovar a Lei de Responsabilidade das Estatais.
Dos temas que ainda não estão no radar dos parlamentares estão dois bastante polêmicos: a possibilidade de cobrar por serviços do SUS e a simplificação dos processo de licenciamento ambiental. A reforma do PIS/COFINS também não está ainda na pauta do Congresso.
Carlos Marun defendeu também que Temer deixasse a articulação política do governo para se preservar em meio à crise enfrentada pelo Palácio do Planalto. Temer não se manifestou. Só discursou no início do encontro e defendeu a união do partido em prol da governabilidade.