Os deputados que compõem a CPI do Banestado definitivamente não concordam com a maneira como o presidente da CPI, Neivo Beraldin (PDT), está conduzindo os trabalhos da comissão.
Nesta quarta-feira, pela segunda vez, o deputado criou uma situação constrangedora entre os parlamentares, ao tentar aprovar a quebra de sigilo bancário de ex-diretores e ex-conselheiros do Banestado, que seriam responsáveis pela aprovação de operações irregulares.
Os dez deputados que compõem a comissão eram contra a decisão. Na terça-feira, os membros da CPI haviam realizado uma reunião interna e decidido que qualquer quebra de sigilo só seria feita após os acusados prestarem depoimento à CPI.
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Na sessão desta quarta-feira, no entanto, eles foram supreendidos pela proposta de Beraldin.
''É bom que fique bem claro que nós somos a favor da quebra de sigilo. Mas é preciso ir com muita cautela. Toda quebra de sigilo deve ser muito bem fundamentada, sob risco de acabarmos inviabilizando a CPI'', disse a deputada Elza Correia (PMDB).
Episódio semelhante já havia ocorrido dia 4 de abril, quando Beraldin colocou em votação a quebra de sigilo bancário de 11 empresas.
O problema é que os demais membros da CPI garantem que não tinham conhecimento prévio da lista de empresas e nem dos critérios adotados por Beraldin para selecionar tais empresas.
Depois de desentendimentos, os deputados decidiram que a CPI pedirá a quebra de sigilo das empresas gradativamente, a medida que analise a situação de cada uma.
Depois de meia hora de discussões, Beraldin teve que aceitar a posição dos demais, e a CPI aprovou por unanimidade indiciar os 45 ex-diretores e ex-conselheiros listados para depor na comissão.
Os deputados também decidiram encaminhar novamente pedido ao Tribunal de Contas para que envie documentação sobre a aprovação das contas do Banestado.
Caso o TCE não acate a solicitação, a CPI já aprovou a convocação do atual presidente do tribunal, Henrique Naigeboren, para prestar depoimento, devidamente acompanhado da equipe que realizou a análise de contas do Banestado no exercício de 1998