O vice-prefeito de Curitiba, Beto Richa (PTB), está acompanhando atentamente a sobrevida dos irmãos Dias no partido. Ele pode ser beneficiado com a saída dos paranaenses. Beto Richa, que é filho do ex-governador José Richa, está sendo aconselhado em conversas reservadas a encarar o PSDB como um atraente destino político. A mudança de sigla poderia dar condições do vice-prefeito emplacar uma candidatura ao governo estadual. Seria uma forma de manter o grupo do governador Jaime Lerner (PFL) no poder.
A bancada estadual tucana acredita que o processo de expulsão dos irmãos Dias seja uma articulação capitaneada por José Richa e pelo presidente brasileiro da Itaipu Binacional, Euclides Scalco. Ambos são adversários de Alvaro e Osmar. Beto disse ontem que está "propenso" a sair do PTB. Ele já ensaiou filiação ao PSB, mas foi aconselhado a esperar o desfecho da questão dos irmãos Dias. Admitiu que, se não fosse o processo de expulsão de Alvaro e Osmar, já estaria no PSB. Beto Richa disse que vai "pesar os prós e os contras" do PSDB. Um dos contras seria o desgaste do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
O presidente da Assembléia, Hermas Brandão (PTB), fez um apelo a Beto Richa, para que ele permaneça no partido. A intenção de Valdir Rossoni (PTB), que deve ser o novo presidente estadual do partido, também é a permanência do vi-prefeito na sigla. Rossoni vai assumir a comissão provisória, e disse que os documentos para que ele assuma o partido no Estado estão sendo preparados. A bancada estadual luta para que o partido fique nas mãos do deputado.