Os vereadores rejeitaram durante a sessão desta terça-feira (27) da Câmara Municipal de Londrina pedido de abertura de uma Comissão Processante (CP) para investigar a vereadora Sandra Graça (Solidariedade). Nove dos 18 parlamentares aptos votaram contra a solicitação, protocolada no Legislativo em fevereiro pelo suplente de vereador, Emerson Petriv (PSC).
Mais conhecido como Boca Aberta, o denunciante acompanhou a votação de uma das galerias do Legislativo. Indignado com o resultado, ele foi retirado do local pelos seguranças da Câmara após tentar pular no plenário - o que já havia feito no ano passado.
Ele citou no pedido o fato de a vereadora ter sido condenada por improbidade administrativa pela 2.ª Vara de Fazenda Pública de Londrina. Segundo investigações, Sandra teria mantido um assessor 'fantasma' na Câmara entre abril e dezembro de 2008. O suposto servidor, Salvador Kanehise, também foi condenado em primeira instância. Boca Aberta também tentou falar em plenário antes da votação de hoje, mas não obteve sucesso. Ele formalizou o pedido no Legislativo antes da sessão, mas a solicitação acabou 'encalhada' na Procuradoria Jurídica da Casa.
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Sandra Graça não participou da votação. Ela respeitou o artigo 211 do Regimento Interno da Câmara e declarou-se impedida por ser parte interessada no processo. Votaram contra a abertura da CP os vereadores Emanoel Gomes (PRB); Elza Correia (PMDB); Gerson Araújo (PSDB); Jamil Janene (PP); Lenir de Assis (PT); Marcos Belinati (PP); Péricles Deliberador (PMN); Tio Douglas (PTB); e Vilson Bittencourt (PSL). Já os parlamentares que se mostraram favoráveis às investigações são Gaúcho Tamarrado (PDT); Gustavo Richa (PHS); Junior Santos Rosa (PSC); Mário Neto Takahashi (PV); Padre Roque (PR); Professor Fabinho (PPS); Rony Alves (PTB); Roberto Fu (PDT); e Roberto Kanashiro (PSDB).
O advogado de Sandra, Dely Dias das Neves, apresentou ofício pedindo pelo adiamento da votação, mas a solicitação foi negada pela Mesa Executiva da Câmara. Cada vereador participante da discussão tinha três minutos para se manifestar sobre o caso, mas nenhum deles pediu a palavra. Sandra Graça, que poderia ter falado por quinze minutos antes da votação, também preferiu o silêncio.
O arquivamento da CP ocorreu depois da realização de uma reunião a portas fechadas na sala da Presidência da Câmara. O encontrou durou cerca de 40 minutos.