O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, considera a possibilidade de não participar de debates com o opositor Fernando Haddad, do PT. "Existe a possibilidade sim estratégica (de não ir a debate)", afirmou em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 11.
Bolsonaro não participaria de debates e de agendas públicas de campanha até dia 18 por recomendações médicas. Segundo os médicos, ele ainda tem anemia em razão do atentado sofrido no dia 6 de setembro. Estavam programados um debate nesta quinta-feira, 11, na TV Bandeirantes, domingo, na TV Gazeta, em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo, e na segunda-feira, no SBT. Todos foram cancelados pelos organizadores. Outros debates ainda estão marcados.
Nesta quinta-feira, 11, Bolsonaro provocou o adversário. "O Haddad fica me desafiando: quero que você diga o que fez por 28 anos no Parlamento. Vou responder agora: não roubei ninguém, Haddad", disse. E emendou: "como presidente, você aceitaria que o crime organizado continuasse sendo comandado de dentro dos presídios?".
Leia mais:
Projeto que altera licenciamento ambiental no Paraná recebe 47 emendas na Alep
Barroso avisa advogado do Facebook que perguntas não são inquirição, Moraes acrescenta: 'ainda'
Líder da Câmara de Londrina fala em votar PL para sede da Codel e Ippul nesta quinta
Não estou no Instagram e no Facebook e tenho uns 20 perfis, diz Moraes em crítica a plataformas
Em entrevista à rádio CBN nesta quinta-feira, 11, Bolsonaro ironizou a possibilidade de participar de debates com Haddad. "Não adianta debater com alguém que não é quem vai indicar os ministros. Não adianta debater com um ventríloquo do Lula", afirmou. "Qual é a autenticidade do Haddad?", questionou.
Para o capitão da reserva, o ministério a ser montado em um eventual governo de Haddad será indicado por Lula. "Do meu lado tem humildade, sem o toma-lá-dá-cá", disse.
Governo de SP
O candidato pelo PSL disse ainda ter recomendado neutralidade aos companheiros de partido na eleição para governador de São Paulo. Ele disse ter conversado ontem por telefone com o candidato do PSDB, João Doria.
"Não vou meter minha colher em problemas partidários", afirmou Bolsonaro. "Recomendei, não sou capitão nessa hora, neutralidade. Se a Joice quiser apoiar um ou outro. Não queremos adesões para o outro lado. Afinal de contas, não é esse o DNA", complementou.
Bolsonaro reclamou dos ataques que recebeu do adversário tucano no primeiro turno, Geraldo Alckmin, e de um suposto apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) ao candidato do PT, Fernando Haddad. "Mais uma vez Fernando Henrique Cardoso disse que, em havendo segundo turno, votaria no PT", disse.
Desafio de Haddad
O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, gravou um curto vídeo desafiando o adversário e líder das pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL), a participar de um debate na TV no segundo turno. "Deputado Bolsonaro, vem contar para o povo brasileiro o que você fez durante 28 anos no Congresso Nacional. Vem pro debate!", diz o petista.
Deputado Jair Bolsonaro, vamos debater?! #VemProDebate pic.twitter.com/npCGpx8iDy
Publicidade Fernando Haddad 13 (@Haddad_Fernando) October 11, 2018
Em seguida o candidato pediu mais uma vez para que o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) participe de debates frente a frente no segundo turno da disputa. "Por que entrevista pode e debate não?", questionou o petista. "Da onde saiu essa prescrição médica? Gostaria de entender melhor."
O petista acusou ainda o candidato do PSL de espalhar mentiras dizendo que, durante os governo do PT, o Ministério da Educação distribuiu o chamado kit gay nas escolas.
Meu adversário diz que distribuí material impróprio para crianças. Isso nunca aconteceu. É um desrespeito às professoras do Brasil. Imagina se uma professora iria receber e usar esse material sem questionar. Isso é completamente impossível de acontecer.
Fernando Haddad 13 (@Haddad_Fernando) October 11, 2018
"Ele não conhece escola pública, ridícula essa manifestação. Por isso que foge dos debates", atacou Haddad. "Você acha certo ganhar voto mentindo contra seu oponente? Isso não tem nenhum cabimento."