Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Retrospectiva

Bolsonaro inelegível e Lula pressionado: quem ganhou e quem perdeu na política em 2023

Matheus Tupina - Folhapress
29 dez 2023 às 21:14
Candidatos à presidência da República gesticulam durante último debate promovido pela TV Globo - Reprodução/TV Globo
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

O ano de 2023, o primeiro do terceiro mandato de Lula (PT) na Presidência, foi marcado na política pelos ataques golpistas de 8 de janeiro, a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL) e os atritos entre o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal).


Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade

Foram fatos que alteraram o jogo de poder em Brasília, fortalecendo e enfraquecendo alguns dos principais personagens. Lula tentou se equilibrar diante da pressão vinda de diferentes frentes, como o centrão, liderado por Arthur Lira (PP-AL), o mercado e integrantes de seu próprio partido.

Leia mais:

Imagem de destaque
Pré-candidato

Tiago Amaral comenta sobre ‘desenvolvimento humano e econômico’ para Londrina

Imagem de destaque
Ex-procurador

Deltan Dallagnol diz que não está inelegível e articula se lançar a prefeito de Curitiba

Imagem de destaque
Eleições 2024

Pré-candidatura de Turini a Prefeitura de Londrina deve ser 'vitrine' do MDB no Paraná

Imagem de destaque
Tração animal

Vereadores votam contra Projeto de Lei que proíbe carroças em Londrina


Em seu ministério, Marina Silva (Rede), por exemplo, ficou enfraquecida, enquanto Fernando Haddad (PT) terminou o ano com saldo positivo.

Publicidade


Veja quem saiu ganhando, quem saiu perdendo e quem se manteve estável na política em 2023:

Publicidade

Lula (PT), presidente - estável


Publicidade

Vencedor por uma pequena margem nas eleições passadas, o petista teve um ano arrastado na Presidência, mais refém do Congresso e do centrão; mesmo com dificuldade, conseguiu aprovar projetos de interesse, como a reforma tributária; nas pesquisas Datafolha de avaliação suas taxas de ótimo/bom oscilaram de 37% a 38%, cristalizando a polarização verificada no pleito de 2022.


Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente - estável

Publicidade


Alckmin manteve algum protagonismo na política ao assumir o Palácio do Planalto com as diversas viagens de Lula, visando melhorar a imagem do Brasil no cenário internacional; ao mesmo tempo, como ministro do Desenvolvimento, emplacou políticas como a volta do carro popular.

Publicidade


Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente - saiu perdendo


Publicidade

Mais um ano ruim para o ex-presidente, que agora está inelegível após julgamentos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pela reunião com embaixadores e pelas festividades do 7 de Setembro em 2022; fora da política institucional, tem dificuldades para se manter em evidência, e está envolto em uma série de investigações, que podem levá-lo a condenações civis e criminais, como no 8/1 e no caso das joias sauditas.


Michelle Bolsonaro (PL), ex-primeira-dama - estável


Ex-primeira-dama ganhou maior visibilidade política ao ser considerada um nome do bolsonarismo para 2026, tanto para o Planalto quanto para o Senado; entretanto, vem sendo investigada em casos de corrupção, assim como o marido, como na venda das joias.


Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda - saiu ganhando


Haddad conseguiu a aprovação da reforma tributária, uma pauta de mais de 30 anos, e levou adiante medidas importantes para o governo federal, como a taxação de offshores e o arcabouço fiscal; sofre para manter viva a meta de déficit fiscal zero, atacada até por Lula, e passou por fritura dentro do PT.


Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados - saiu ganhando


O presidente da Câmara saiu fortalecido deste ano, após emplacar uma reforma ministerial no governo petista, além de tornar-se o principal articulador das pautas do centrão e das negociações para liberação de emendas parlamentares e de cargos em estatais e outros órgãos federais; teve ainda uma investigação envolvendo a compra de kits robótica, que o atingia, anulada pelo ministro Gilmar Mendes, do STF.


Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado - saiu ganhando


O presidente do Senado tem protagonizado um embate entre o Congresso e o STF e obteve a aprovação de uma PEC limitando as decisões monocráticas na corte. A proposta, porém, deve ficar travada na Câmara; apesar de ter boa relação com o governo, tem acenado aos bolsonaristas para emplacar um sucessor na chefia da Casa em 2025 e para viabilizar uma candidatura ao governo mineiro em 2026.


Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), senador - saiu ganhando


Após o revés sofrido ao ser impedido de candidatar-se novamente à presidência do Senado em 2021, o parlamentar é ventilado para voltar à chefia da Casa em 2025, além de ter emplacado neste ano três ministros no governo Lula e de ser um dos principais controladores das emendas parlamentares; à Folha de S.Paulo, em outubro, afirmou ser "menos poderoso do que pensam".


Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais - saiu perdendo


O mineiro tentou ganhar maior visibilidade nacional e se viabilizar como uma opção do bolsonarismo em 2026, mas fez uma série de declarações polêmicas, gafes e demonstrou falta de conhecimento até sobre o estado que governa; ainda ficou acuado nas negociações sobre a dívida que Minas tem com a União, onde Pacheco tomou a dianteira. Agora tenta ganhar espaço nas tratativas.


Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo - estável


O ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro passou o primeiro ano à frente do Palácio dos Bandeirantes recuando de medidas anunciadas durante o mandato e chegando até a recuar de recuos. Distanciou-se um momento de Bolsonaro por políticas públicas vistas como progressistas e pela articulação com o governo federal. Entre suas vitórias, está a aprovação da privatização da Sabesp, em dezembro.


Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul - saiu perdendo


Apesar dos esforços para reerguer o PSDB, o governador gaúcho teve um ano de dificuldades com os desastres climáticos no estado e decidiu deixar a presidência da sigla; além disso, passou o ano com baixa visibilidade nacional e sem se firmar como liderança de oposição a Lula, o que o atrapalha nos planos de tentar a Presidência em 2026.


Raquel Lyra (PSDB), governadora de Pernambuco - saiu perdendo


A pernambucana teve um ano difícil na relação com o Legislativo estadual, com reclamações sobre o espaço no governo e na articulação política. Sofreu derrotas com a reeleição do presidente da Casa, além da derrubada dos vetos ao Orçamento de 2024; ainda enfrenta crises na saúde e na segurança pública, herdadas de Paulo Câmara (PSB). Apesar das derrotas locais, porém, se aproximou do governo Lula, ampliou sua articulação nacional e é cobiçada por outros partidos.


Marina Silva (Rede), ministra do Meio Ambiente - saiu perdendo


A ministra do Meio Ambiente, prestigiada por Lula, se viu com menos poderes após o centrão alterar a MP (medida provisória) da Esplanada e transferir algumas das suas funções para outras pastas, restaurando estruturas do governo Bolsonaro; já Lula, ameaçado por uma histórica derrota, não reagiu e manteve as alterações. Ainda foi contrariada no caso da exploração de petróleo na Foz do Amazonas.


Aécio Neves (PSDB-MG), deputado federal - saiu ganhando


O candidato à Presidência em 2014 saiu fortalecido no PSDB e projeta voos mais altos na política mineira para os próximos anos. Foi absolvido no caso de corrupção com a JBS, revelado após os áudios de Joesley Batista, e foi reabilitado internamente entre os tucanos; teve grande influência na chapa para a diretoria nacional da legenda e pensa em candidatar-se ao governo mineiro em 2026.


Flávio Dino (PSB), futuro ministro do STF e ministro da Justiça - saiu ganhando


Apesar de um ano coberto por embates com a oposição no Congresso, as crises de segurança pública no Rio de Janeiro e na Bahia, e o desgaste com a visita ao Ministério da Justiça de uma acusada de lavagem de dinheiro para o tráfico, Dino foi indicado por Lula à vaga no STF de Rosa Weber e aprovado pelo Senado, tornando-se novo ministro da corte.


Alexandre de Moraes, ministro do STF - estável


O magistrado mantém protagonismo na corte com a relatoria e os julgamentos dos casos dos ataques golpistas de 8 de janeiro, mas tem sido alvo de críticas com a condução dos processos; também se desgastou com a morte do réu Cleriston Pereira da Cunha no Complexo da Papuda, em Brasília, mesmo após a PGR (Procuradoria-Geral da República) pedir sua liberdade sob restrições. Mesmo assim, ainda conseguiu influenciar a escolha de Paulo Gonet, novo chefe do Ministério Público, por Lula.


Luís Roberto Barroso, presidente do STF - estável


Empossado presidente do STF após ter dito que "derrotamos o bolsonarismo", Barroso administra a corte durante o julgamento dos casos dos ataques golpistas de 8 de janeiro sob série de críticas e lida com o embate envolvendo o Congresso, que tenta aprovar medidas restringindo a atuação do tribunal. Apesar disso, manteve parada a análise da corte sobre o aborto, em um aceno ao conservadorismo.


Cristiano Zanin, ministro do STF - saiu ganhando


Advogado de Lula na Operação Lava Jato e amigo do presidente, Cristiano Zanin deixou a advocacia e tornou-se ministro do STF após a aposentadoria de Ricardo Lewandowski; conseguiu agradar também aos senadores conservadores e foi aprovado para a corte com folga --foram 58 votos a favor, e 18 contra.


Deltan Dallagnol (Novo), ex-deputado federal - saiu perdendo


Deputado federal mais votado do Paraná em 2022, o ex-procurador da República perdeu seu mandato em junho deste ano após decisão unânime do TSE com base na Lei da Ficha Limpa; a corte eleitoral entendeu que Deltan havia pedido demissão antecipadamente para burlar a inelegibilidade prevista na lei a membros do Ministério Público, que não poderiam concorrer se tivessem processos administrativos em aberto.


Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente do PT - estável


Gleisi manteve papel de influência no governo Lula, mas não foi ouvida em todos os momentos pelo presidente: o principal caso é a indicação de Gonet para a PGR --ele havia defendido a abertura de ação penal contra ela e seu ex-marido, Paulo Bernardo.


Sergio Moro (União Brasil-PR), senador - saiu perdendo


Moro é réu em uma ação de investigação eleitoral sob suspeita de abuso de poder econômico na pré-campanha das eleições passadas e tem recorrido a integrantes do Judiciário na tentativa de impedir a cassação de seu mandato; o ex-juiz está isolado politicamente e não obtém apoio para emplacar iniciativas ou para manter a projeção nacional.


Gilberto Kassab, presidente do PSD - saiu ganhando


O secretário de Governo de Tarcísio, homem forte do governo estadual e articulador político, viu seu partido multiplicar por sete o número de prefeitos no estado de São Paulo desde dezembro de 2022 --de 46 para 329; além disso, manteve forte influência na tomada de decisões do governador, controlando ainda repasse de emendas e convênios estaduais. No plano nacional, mantém proximidade com o governo Lula.


Imagem
Seleção fica sem Ancelotti, Diniz não decola e Brasil está à deriva
A espera por Carlo Ancelotti, 64, teve fim, mas não como a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) esperava
Publicidade

Últimas notícias

Publicidade