O bicheiro Carlinhos Cachoeira disse nesta segunda-feira que se recusou a fazer o teste do bafômetro, ao ser parado pela Polícia Rodoviária Federal neste domingo, 28, na BR-060, entre Anápolis (GO) e Brasília, por que já foi "exposto demais na mídia". Cachoeira voltava de um show do cantor sertanejo Gustavo Lima com a mulher, Andressa, e um casal de amigos. Ele disse que ficou irritado por ter de fazer o teste do bafômetro na frente de uma emissora de televisão. O contraventor foi autuado e encaminhado para o 6.º Distrito Policial de Anápolis.
"Armaram um circo, correram com câmera e tudo para me filmar e eu não sou artista de circo nenhum, já fui exposto demais na mídia", disse. "Quando me levaram para dentro do posto policial, decidi que não era obrigado a fazer o teste na frente de televisão nenhuma, então, ser levado para a delegacia em Anápolis era melhor e lá eu poderia fazer o exame sossegado. Foi assim que eu pensei". Ele contou que o delegado não o deixou fazer o teste do bafômetro, alegando que já teria se passado uma hora. "O motivo é um desentendimento de um parente dele, um radialista de Anápolis, comigo. Acabei prejudicado por isto".
De acordo com relatos dos agentes, Cachoeira não resistiu à prisão e parecia até "conformado" com a situação. O delegado de plantão, Manoel Vanderick, que lavrou o auto de flagrante, nega a versão. "Eu disse para ele que era a única contraprova que ele poderia produzir diante do testemunho dos policiais da PRF que o conduziram. Mesmo assim ele preferiu não soprar naquela oportunidade".
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Segundo o delegado, foi solicitada a avaliação de um médico, que concluiu por "sinais de embriaguez aguda". Mas às 5h22, quase uma hora e meia após o flagrante, a mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, disse que ele tinha mudado de ideia e estava disposto a fazer o exame. "Aí já era tarde demais, não seria justo porque há consenso entre os médicos de que a cada hora, uma dose de álcool é eliminada no corpo humano. Não há questão pessoal nenhuma, me embasei em testemunhas da PRF e no exame médico", justificou Vanderick. Cachoeira pagou fiança de R$ 22 mil para ser liberado.
Monte Carlo
Em fevereiro de 2012, o contraventor foi preso na operação Monte Carlo, acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, mas conseguiu um habeas corpus e hoje responde ao processo em liberdade, apesar de estar proibido de viajar para o exterior.
Como o primeiro desdobramento da operação, foi condenado a quase 40 anos de prisão. A investigação revelou ainda que ele mantinha relações suspeitas com diversos políticos.