Brasília - A Câmara dos Deputados absolveu hoje (8) o deputado Roberto Brant (PFL-MG) no processo que pedia sua cassação por quebra de decoro parlamentar. Votaram pela absolvição 283 deputados e, pela cassação, 156. Oito se abstiveram e um votou em branco. Roberto Brant foi acusado de ter sacado R$ 102,8 mil das contas da agência SMP&B, de Marcos Valério, apontado como operador do chamado "mensalão".
Na defesa, Brant afirmou que os recursos foram uma doação da companhia siderúrgica Usiminas para sua campanha à prefeitura de Belo Horizonte, em 2004. Eram necessários no mínimo 257 votos favoráveis à cassação para que Brant perdesse o mandato.
O Conselho de Ética havia aprovado o parecer do relator, deputado Nelson Trad (PMDB-MS), favorável à cassação do mandato de Brant por 8 votos a 7. Na ocasião, houve empate e o presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), deu o chamado voto de Minerva, favorável à cassação.
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O parlamentar pefelista fez sua própria defesa hoje no Plenário da Câmara. Ao término, Brant foi aplaudido por inúmeros deputados de diferentes partidos. Ele contestou os procedimentos de análise e votação do parecer do deputado Nelson Trad (PMDB-MS) pelo Conselho de Ética e criticou a rapidez da votação.
Brant disse que, dias depois de o diretor-executivo da Usiminas, Rinaldo Campos Soares, ter oferecido R$ 150 mil à sua campanha, o então presidente da SMP&B, Cristiano Paz, telefonou-lhe liberando a doação, com desconto da comissão da agência e dos impostos. "Estão propondo a minha cassação porque meu partido não registrou a doação para a campanha de um dinheiro sobre o qual foram pagos impostos", afirmou.
Roberto Brant foi o primeiro deputado de oposição a ser julgado pela Câmara, após a denúncia do deputado cassado Roberto Jefferson de que haveria um esquema de compra de votos no Congresso – batizado de "mensalão".
É o quarto mandato de Brant como deputado. Ele já foi parlamentar constituinte, pelo PMDB, e depois elegeu-se pelo PTB e PSDB. Além de deputado, Brant foi ministro da Previdência no segundo mandato do governo Fernando Henrique.