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Presidenciáveis

Candidatos dizem que acordo acabou

Sonia Carneiro
06 set 2002 às 10:32

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Os três candidatos de oposição à presidência da República, Luís Inácio Lula da Silva, do PT, Anthony Garotinho, do PSB e Ciro Gomes, do PPS, consideraram um rompimento do acordo firmado com o presidente Fernando Henrique Cardoso, no dia 19 de agosto, a elevação do superávit primário de 3,75% para 3,88% do PIB.

Os candidatos alegam que isso vai provocar novos cortes no orçamento da União no valor de R$ 1,6 bilhão, deixando menos dinheiro para os gastos do futuro. ''Não é positivo para um presidente que conversou com os presidenciáveis agora faz er essa mudança. Isso não é bom'', disse o líder do PT na Câmara, João Paulo Cunha (SP), ao considerar rompido o acordo tácito estabelecido entre o presidenciável petista e o presidente da República em torno dos termos do Fundo Monetário Internacional (FMI) aceitos pelo governo.

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Para Tito Ryff, assessor econômico de Anthony Garotinho, o compromisso com o superávit primário de 3,75% é para ''os próximos anos'' foi de fato firmado entre Fernando Henrique e os candidatos. Ainda segundo Ryff, a meta de 3,88% é do atual governo e não por quem vencer a eleição.

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O economista Mauro Benevides Filho, um dos assessores econômicos do candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, criticou as condutas do presidente Fernando Henrique Cardoso e do ministro da Fazenda, Pedro Malan que na reunião realizada com os candidatos não confirmou a informação de que 60% da meta de superávit fiscal, de 3,75% do PIB, conforme acertado com o FMI, terá que ser cumprida no primeiro semestre de 2003.

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O debate ocorreu ontem, em reunião na Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto (Andima) entre os assessores econômicos dos quatro candidatos à Presidência.


O economia Luiz Paulo Velozzo Lucas , do PSDB, coordenador do programa de governo do candidato tucano José Serra, tentou justificar o aumento como uma consequência ''do ataque especulativo que o Brasil sofreu nas últimas semanas e das incertezas eleitorais''.

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''Da mesma maneira que foi necessário corrigir a meta de inflação, foi necessário corrigir o superávit'', justificou Luiz Paulo Velozzo Lucas. Segundo ele, o programa de Serra é ''real e factível''.


Os candidatos do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva e Ciro Gomes (PPS), da Frente Trabalhista, declararam-se surpresos com a nova meta. Ambos anunciaram que, para 2003, manterão o superávit de 3,75%.

''Não fomos informados do aumento na reunião que tivemos com o presidente Fernando Henrique. Fiquei sabendo quando vi a notícia'', disse Lula, em visita à sede da Embraer, em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Ele admitiu que terá que remanejar as verbas do orçamento para 2003.


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