Na romaria de prefeitos que entram e saem do Palácio Iguaçu para parabenizar o governador Roberto Requião (PMDB) uma ausência tem sido notada - embora já fosse esperada. Apesar da Prefeitura de Curitiba estar distante meros 200 metros do Palácio Iguaçu, o prefeito Cassio Taniguchi (PFL), adversário político de Requião, ainda não se encontrou com o novo governador.
A ausência de Cassio também foi notada na cerimônia de posse de Requião, ocorrida no dia 1º de janeiro. O nome do prefeito estava incluído no discurso de despedida do governador Jaime Lerner (PFL), que alterou sua fala na última hora para retirar a menção a Cassio.
As relações entre Requião e o prefeito, que já não eram boas por pertencerem a grupos políticos opostos, azedaram de vez no final de 2001. Na época, o PMDB estadual presidido por Requião, divulgou denúncias de que haveria um caixa 2 de cerca de R$ 30 milhões na campanha à reeleição de Cassio. As investigações sobre o caso ainda tramitam na Justiça.
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Ainda é uma incógnita como será o nível de relacionamento entre o governo do Estado e a prefeitura de Curitiba. Embora tanto Requião como Cassio afirmem que as relações entre as duas instâncias serão respeitosas, o número de parecerias entre a prefeitura e o atual governo deve ser bastante reduzido. A secretaria municipal de Educação, por exemplo, já desocupou duas salas que ocupava no prédio do Centro de Excelência em Tecnologia Educacional do Paraná (Cetepar), órgão vinculado a secretaria estadual da Ciência e Tecnologia.
Outro ponto de divergência recém-surgido é a questão da aplicação de multas. O novo diretor do Detran, Marcelo Almeida, já sinalizou que pretende interfeir na maneira como empresas particulares administram o sistema de multas em Curitiba. Almeida, que foi da bancada de oposição a Cassio como vereador do PMDB, pretende fazer modificações na área, que é regulamentada pela Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran).