A Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara de Vereadores de Londrina que investigou os contratos da prefeitura de Londrina com empresas de vigilância, conhecida como CEI da Centronic, pediu abertura de Comissão Processante (CP) contra o prefeito Barbosa Neto (PDT).
A investigação começou após uma denúncia de que funcionários da Centronic contratados pela prefeitura de Londrina prestaram serviços na rádio Brasil Sul, de propriedade da família do prefeito.
Para elaborar o relatório de mais de 19 mil páginas, os membros da comissão realizaram 34 reuniões e 19 oitivas.
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De acordo com o relator da CEI, vereador Rony Alves (PTB), a defesa apresentada pela rádio e pela prefeitura não convenceu a comissão. "As pessoas que vinham falando em nome da rádio ou da prefeitura falavam em erro de impressão. Um mês, dois meses é aceitável. Mas pelo período de um ano com registro de carteira é simplesmente inaceitável", afirmou.
A principal prova obtida pela comissão são dois documentos de exigência da Receita Federal, que comprovam que o pagamento dos vigilantes foi feito pela prefeitura. "Foi um esquema de desvio de verba muito bem orquestrado", definiu o relator.
Na defesa, membros da rádio Brasil Sul afirmaram que a emissora havia firmado um contrato de permuta de propaganda com a Centronic. No entanto, de acordo com as investigações, não existe nenhum documento que comprove este contrato. "O único documento da Centronic com a Brasil Sul é uma nota fiscal no valor de R$ 600 referente a uma propaganda na tabelinha da Copa do Mundo", afirmou Rony, que criticou o material enviado à CEI pela rádio por conter rasura nas datas dos documentos.
O relatório ainda aponta que houve sonegação de impostos por parte da Centronic, que não pagou o Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN) ao município. "Ter a Centronic na rádio do prefeito e no município já levantaria uma suspeita. O pior é que, além de imoral, tornou-se ilegal", finalizou Rony Alves.
Barbosa ataca Rony
Em entrevista coletiva na noite desta quinta-feira, o prefeito Barbosa Neto rebateu o vereador Rony Alves. "Antes era da base do meu governo e agora vem me dizer que sou culpado de algo embasado em poucas provas?", questionou. "Não temo um relatório feito por alguém que só deixou a administração por divergências políticas."
No entendimento de Barbosa, a CEI não conseguiu provar que os vigilantes, que trabalharam na rádio Brasil Sul, foram pagos pela prefeitura. "Tudo não passa de perseguição política. Ficou comprovado que a Centronic forneceu o trabalho dos vigias após acordar permutas com a rádio", reiterou.
(Atualizado às 19h43)