A Comissão Especial de Inquérito (CEI) dos Alvarás agendou para as 15h da sexta-feira (23) o depoimento do ex-secretário municipal de Obras, Sandro Nóbrega. Aberta na Câmara de Londrina para investigar denúncia de que fiscais da prefeitura teriam cobrado propina para liberar obras do jardim Colúmbia A (zona oeste), a comissão quer cruzar as possíveis declarações de Nóbrega aos depoimentos já coletados.
A CEI já ouviu construtores, moradores do Colúmbia e também servidores da Secretaria de Obras. Os primeiros confirmaram que ouviram falar do esquema de propina, apesar de negarem participação. Os funcionários públicos, por outro lado, negaram saber da cobrança.
A arquiteta Celina Ota, ex-diretora de projetos da Secretaria de Obras, também foi ouvida pela comissão. Ela e Sandro Nóbrega foram afastados das funções depois de a denúncia vir à tona no Legislativo e também no Ministério Público. Em depoimento à CEI, Celina contou que ficou responsável por analisar as supostas irregularidades das construções do jardim Colúmbia em maio do ano passado. Ela disse, ainda, que concluiu os trabalhos em julho, mas que o resultado da análise teria sido engavetada pelo então secretário de Obras. "A gente quer saber o que o Sandro tem a dizer sobre isso", adiantou o presidente da CEI, vereador Jamil Janene (PP).
Leia mais:
CCJ da Câmara dos Deputados aprova impressão e recontagem de votos
CCJ aprova projeto que restringe uso de celular em escolas
Entenda como funciona a fraude de transferência em massa de títulos de eleitor entre cidades
Lei de IA é aprovada no Senado com previsão de remuneração de direitos autorais
Depoimentos desta quarta-feira
A Comissão Especial de Inquérito coletou o depoimento de dois construtores na manhã desta quarta-feira (21). Pai e filho, os sócios de uma empresa da cidade também confirmaram que ouviram falar sobre o esquema de cobrança de propina. "Eles disseram que o tal 'cafezinho' é cobrado não só aqui em Londrina, mas em cidades de todo o país", contou Janene.
Os construtores também teriam se queixado da Secretaria de Obras. "Eles falaram que vão deixar a cidade. Disseram que enfrentam muitas dificuldades na prefeitura para liberar construções", destacou o presidente da CEI.