O adiamento na definição do candidato eleito presidente da República manteve no bastidor político as negociações em torno de quem vai comandar o Congresso. No entanto, a disputa é tão forte que já existem pelo menos cinco parlamentares dispostos a se candidatar à presidência do Senado e da Câmara. O último movimento relevante mostra que o senador José Sarney (PMDB-AP) deve renunciar à disputa pela reeleição, fortalecendo o desejo de Edison Lobão (PMDB-MA) brigar pela presidência do Senado.
A outra articulação em curso expõe o tamanho da disputa pela presidência da Câmara, que está transformando o PT e o PMDB - aliados no apoio à candidata Dilma Rousseff - em adversários que arregimentam adesões como se fossem inimigos. Petistas e peemedebistas formaram dois blocos, com o PRB e PSC, respectivamente, para fabricar a maior "bancada" da Câmara.
Peça fundamental no xadrez ministerial do futuro presidente da República, os dois cargos de comando no Legislativo são cobiçados abertamente pelo PMDB - o PT, igualmente de maneira aberta, reivindica dirigir a Câmara dos Deputados.
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De olho no cargo, os deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Cândido Vaccarezza (PT-SP) já deram a largada nas negociações, mas dizem - para consumo externo - que no momento estão mais preocupados e empenhados na eleição da petista Dilma Rousseff. "O único candidato que está em campanha é o Henrique Eduardo Alves. Eu, por enquanto, estou na campanha da Dilma", alfineta Vaccarezza.
Ao contrário de Henrique Alves, cujo nome para presidir a Câmara é consenso no PMDB, Vaccarezza enfrenta concorrência dentro do próprio PT. Os ex-presidentes Arlindo Chinaglia (SP) e João Paulo Cunha (SP) gostariam de voltar a ocupar o cargo e, nos bastidores, fazem um misto de campanha e sondagem junto a seus colegas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.