Colombianos se dirigem às urnas neste domingo para votar nas eleições legislativas, consideradas por alguns como um referendo sobre as negociações de paz com guerrilhas e a corrida presidencial de maio deste ano. As conversas que o presidente José Manuel Santos manteve com os rebeldes dominaram o cenário político no país desde o fim de 2012, quando foram iniciadas em Cuba.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), um dos grupos insurgentes mais antigos da América Latina, estão em guerra com o Estado há 50 anos. Santos busca um segundo mandato e seu governo constituído por uma coalizão de três partidos deve manter o controle de ambas as câmaras do Congressos. Isso é essencial para o processo de paz, apoiado pela maioria dos colombianos.
"É altamente provável que o presidente mantenha uma forte maioria", observou Sandra Borda, professora de Ciência Política da Universidade dos Andes, em Bogotá. De acordo com ela, os esforços de paz são a chave. "Embora muitos colombianos tenham dúvidas quanto ao processo, eles não iriam tão longe a ponto de rejeitá-lo. Eles não querem que (a negociação) acabe", disse.
Leia mais:
Filho de autor de atentado em Brasília presta depoimento à PF em Londrina
Diretor-geral da PF endossa Moraes e relaciona atentado ao 8 de janeiro
Bolsonaro fala em 'fato isolado' e diz que explosões em Brasília devem levar a reflexão
Novo Código de Obras é debatido em audiência pública na Câmara
A grande questão, contudo, será como o antecessor de Santos, Alvaro Uribe, se sairá na busca por uma vaga no Senado. Conservador, Uribe ainda é popular por sua luta contra as Farc enquanto esteve no poder entre 2002 e 2010. Com o slogan "Não à impunidade", ele é o primeiro ex-presidente colombiano que busca uma vaga no Senado, a partir da qual pretende desafiar o curso das conversações de paz.
Seu novo partido, o Centro Democrático, deve ganhar apenas cerca de 14% dos votos, o que significa apenas 19 dos 102 assentos no Senado. Uribe acusa Santos, seu ex-ministro de Defesa, de traição por tornar as Farc em "atores políticos" em Havana, onde as negociações foram iniciadas.
"Será muito difícil impedir uma ratificação do acordo de paz, mas se esses acordos forem votados em um referendo, uma voz dissonante como a de Uribe pode ressoar poderosamente", disse Luis Guillermo Patino, cientista político da Universidade Pontifícia Bolivariana de Medellin. Fonte: Dow Jones Newswires.