Antes de convidar o deputado Antonio Palocci Filho (PT-SP) para assumir a chefia da Casa Civil, a presidente Dilma Rousseff fez a ele uma pergunta inesperada. "Você quer ser candidato na próxima eleição?", indagou, sem rodeios. Diante da resposta negativa, Dilma sorriu, um tanto quanto incrédula.
Foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, maior defensor do retorno de Palocci ao primeiro escalão do governo, quem deu a dica para Dilma. O conselho era para que ela lançasse a pergunta a todos os ministeriáveis, incluindo os do PT.
No caso de Palocci, porém, o jogo foi combinado com Lula. Quatro anos e nove meses após deixar o comando da Fazenda, ele volta ao governo, desta vez com Dilma, para ser o mais poderoso auxiliar da primeira mulher presidente.
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Abatido no rastro do escândalo da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa - revelado pelo Estado, em março de 2006 -, Palocci foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Desde agosto de 2009, quando saiu a sentença, sua reabilitação começou a ser planejada pelo Palácio do Planalto.
O fiador da política econômica na era Lula transformou-se em avalista da estabilidade política sob Dilma. Emissário da presidente, Palocci atuou como uma espécie de "psicanalista" da transição: sondou nomes para o ministério, foi portador das más notícias para os que deveriam passar o bastão e recebeu pilhas de problemas.