A polêmica declaração do major Alex Breunig, da Polícia Militar, durante a votação do projeto que libera a venda de bebidas alcoólicas nos estádios, na sessão plenária de quarta-feira (26), motivou um pedido oficial de desculpas por parte do Comando da Polícia Militar do Paraná. O comandante-geral da PM, Maurício Tortato, visitou na manhã desta quinta-feira (27) o presidente da Câmara Municipal de Curitiba, Ailton Araújo (PSC). "Humildemente venho aqui manifestar meu absoluto respeito a todos os integrantes da Câmara de Vereadores em relação à forma como foi conduzido o debate acalorado. Podemos traduzir isso [essa visita] em um pedido de desculpas a todos os vereadores", disse.
Sobre o projeto de lei que está sendo votado na Câmara, ele reforçou o posicionamento contrário da Polícia Militar: "Temos a convicção de que nos campos de futebol, com a proibição, os índices das ocorrências de violência diminuíram, razão pela qual defendemos que a venda de bebidas alcoólicas não é salutar para a segurança nos estádios."
O presidente Ailton Araújo deixou claro que a declaração do major Breunig em plenário não causou nenhum problema institucional entre a Câmara e a Polícia Militar. "Entendemos que foi uma postura pessoal, motivada pelo debate. No momento, ficou esclarecido que ele foi infeliz na sua colocação. Isso fica confirmado aqui com a visita do comandante que, de maneira muito simpática, veio dizer que a PM respeita a instituição e os vereadores, assim como nós também respeitamos nossos militares", afirmou.
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Declaração polêmica
Durante a votação em segundo turno do projeto de lei que libera a venda de bebidas alcoólicas dentro dos estádios (leia mais), Breunig ameaçou publicar os nomes dos responsáveis pela aprovação, sempre que forem registrados crimes relacionados a bebidas nos jogos. "Desta vez, o aumento da criminalidade tem endereço e têm nomes. Cada vez que um vereador oficiar a polícia dizendo que está com problemas de segurança, vou colocar esse cartaz de votação na resposta, incluindo quem votou a favor e, pior, aqueles que se omitiram. A omissão é pior do que a ação, porque significa covardia. Então, se manifestem", disse na tribuna da Câmara Municipal.
A declaração teve imediata repercussão no plenário da Câmara. Paulo Salamuni (PV), líder da maioria na Câmara, reagiu: "Não vamos aceitar qualquer espécie de intimidação, seja de qualquer pessoa que use a tribuna. Pode manifestar a sua opinião, mas debitar ao vereador como ele tem de se comportar nós não aceitamos. A democracia pressupõe o respeito ao voto popular. Inclusive, abrimos uma exceção à Vossa Excelência, que não poderia estar, regimentalmente, armado dentro do plenário."