Ao assumir a função de articulador político do governo, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) recebeu poderes da presidente Dilma Rousseff para decidir nomeações de cargos. A falta de poder para nomeações era apontada como o maior empecilho enfrentado pelos ministros que precederam Temer na função durante o primeiro governo Dilma.
"A autonomia dele está dada pelo fato de que ele integra o governo, é do coração do governo, não é uma pessoa estranha ao governo. Ele vive o dia a dia do governo", respondeu a presidente ao ser questionada, em rápida entrevista, ontem, em Duque de Caxias (RJ).
Dilma disse que o vice "tem todas as condições" de desempenhar a nova função. "Primeiro, ele tem a autoridade de ser vice-presidente. Segundo, tem experiência da vida dele, inclusive como presidente da Câmara Federal. Ele tem imensa capacidade para o diálogo, para construir consenso, para construir toda relação que é necessária em uma coalizão da envergadura da nossa", disse a presidente depois de participar da solenidade de entrega das chaves de 500 apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida.
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Em São Paulo, o vice-presidente disse que, com autorização de Dilma, vai levantar cargos e demandas dos parlamentares como parte do trabalho de recompor a base aliada. "A presidenta me deu poderes para tanto. Evidentemente, sempre conversarei com ela, mas eu tenho autonomia para fazer todos levantamentos não só nesse ponto", disse Temer, que minimizou a dimensão da crise política. "Não há ingovernabilidade. Eu sou vice-presidente da República, quando a presidente me pediu (para assumir a articulação), ela disse ‘nós somos parceiros, você vai me ajudar a governar’", completou o vice.
Na quinta-feira, 9, Temer se encontrou durante uma hora e meia com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O tema principal da conversa foi a reforma política mas o vice-presidente revelou que Lula aprovou sua ida para a articulação política. "Delicadamente, ele disse que talvez eu me saia bem", afirmou.
A expectativa para a nova tarefa de Temer é "a melhor possível" também para Dilma. "O vice-presidente, como qualquer pessoa que integra o governo, leva em consideração o fato de que a nossa base é integrada por diversos partidos", afirmou a presidente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.