O vice-presidente do Congresso, deputado Marco Maia (PT-RS), leu em plenário o requerimento de criação da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que vai investigar repasse de verbas e também a sistemática do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em todo o país.
É a segunda vez que a oposição tenta criar a CPMI. Da primeira, houve retirada de assinaturas, o que não permitiu a leitura do requerimento. Agora, o Democratas – partido que recolheu as assinaturas – corre contra o tempo. Os parlamentares têm até a meia-noite de hoje (21) para retirar os nomes. Ao todo, foram colhidas 185 assinaturas de deputados – 14 a mais que o mínimo necessário – e de 35 senadores, oito além do mínimo. A maioria das assinaturas é de parlamentares da oposição.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), se procurou manter neutro sobre o assunto, mas disse que a derrubada de laranjais no interior de São Paulo por integrantes do MST reforçou os discursos pró-CPI. "Me pareceu um excesso e causou repercussões", disse.
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O deputado Ivan Valente (P-SOL – SP) criticou a criação da CPMI. Para ele, será apenas uma tentativa de criminalizar o MST. "Vai criminalizar o MST e favorecer o agronegócio", disse em plenário.
Mas, a bancada ruralista comemorou. O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), disse que os discursos pró-CPMI defendem o "indefensável". "O MST é apenas um movimento para destruir propriedades produtivas", disse.