O Conselho Municipal do Meio Ambiente (Consemma) de Londrina manifestou preocupação com a escolha pela Câmara Municipal (CML) do vereador Joaquim Donizete do Carmo (PDT), o Gaúcho Tamarrado, para presidir a comissão permanente de Meio Ambiente. Está em deliberação uma nota de repúdio. Também fazem parte da comissão, composta na última terça-feira, Rony Alves (PTB), como vice, e Elza Correia (PMDB), como membro.
A presidente da entidade, Roberta Queiroz, assinalou que "a preocupação se justifica em razão do histórico do vereador", que, ao longo de 2013 e 2014, apresentou pelo menos sete projetos de lei (PL) considerados prejudiciais ao meio ambiente. Entre eles, há um que permite edificação às margens do Igapó (para regularizar construções já existentes); outro que reduz as áreas de fundos de vale; e um terceiro que libera a aplicação de agrotóxicos na zona urbana da cidade.
"Ficamos surpresos com essa escolha da Câmara. Acreditamos ser extremamente preocupante a escolha deste vereador para presidir a Comissão do Ambiente, quando ele apresentou vários projetos que ofendem o meio ambiente", disse Roberta. "(A escolha) não coaduna com a proteção e os cuidados que devem ser indicados ao meio ambiente."
Leia mais:
Após boicote à carne brasileira pelo Carrefour, deputado de Londrina cobra série de medidas
Em relatório, Polícia Federal diz que Bolsonaro atuou de forma "direta e efetiva" para tentar golpe
Moraes baixa sigilo de inquérito de tentativa de golpe e encaminha para a PGR
CPI das Bets convoca Gusttavo Lima para depor sobre envolvimento com empresas de apostas irregulares
Enquanto isso, os integrantes do Consemma também organizam, amanhã, uma caminhada em protesto contra leis que flexibilizam a exigência do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), alterações da Lei de Uso e Ocupação do Solo (zoneamento) e os projetos de Gaúcho. "Já era um evento programado desde o ano passado, que será fortalecido com este novo fato", afirmou a conselheira. O protesto será às 17h30, com saída da Câmara Municipal, contornando o Lago Igapó e chegando ao Córrego do Rubi.
O vereador disse que "não entendo o Consemma". "Fui escolhido pela Câmara. Jamais falei de destruir o meio ambiente. Nasci no meio agrícola e vou morrer no meio agrícola", argumentou Tamarrado. Sobre os projetos de lei, disse que o agrotóxico cuja aplicação seria liberada por seu PL é "não agrícola" e, portanto, "não agride nada, nada o meio ambiente". "E há distâncias estabelecidas de minas e riachos." Quanto ao que reduz as áreas de fundo de vale, afirmou que "Londrina tem 85 fundos de vale abandonados e são um desastre para o município". "É lixo acumulado, animais mortos."