A CPI dos Correios aprovou hoje, por 19 votos a 1, o requerimento apresentado por cerca de 20 integrantes da comissão solicitando ao Ministério Público Federal que peça ao Poder Judiciário a prisão preventiva do empresário Marcos Valério. O requerimento pede também ao MP a indisponibilidade dos bens dele.
A votação na CPI foi precedida de um longo debate jurídico entre os parlamentares para que fosse entendido que a Comissão não possui poder para determinar a prisão de Valério. "O Ministério Público avaliará as argumentações apresentadas pela CPI de entender condizente, pedirá ao juiz de direito a prisão preventiva", disse o relator da CPI, Osmar Serraglio (PMDB-PR).
Os deputados Gustavo Fruet (PSDB-PR) e José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP) alegaram que a prisão de Valério se faz necessária pelo risco de haver novas destruições de provas materiais, assim como aconteceu com os documentos queimados da DNA Propaganda. A deputada Denise Frossard (PPS-RJ) fez uma ressalva à CPI de que a investigação conduzida pela Comissão é de caráter político e que, futuramente, caberá ao Poder Judiciário julgar criminalmente os culpados. "Quero deixar registrado que, quando os nossos (colegas políticos) desfilarem aqui na frente, vou solicitar a prisão preventiva deles aqui também", disse.
Leia mais:
Câmara aprova castração química para condenados por pedofilia
Um sucesso, diz médico de Lula sobre procedimento na cabeça para evitar novos sangramentos
Alep adiciona oito mil sugestões populares ao orçamento do Paraná
Previsto no Lote 4, Contorno Leste deve ficar para depois de 2030
O único voto contra o encaminhamento ao MP do pedido de prisão de Valério foi do deputado Nelson Meurer (PP-PR). "Marcos Valério já prestou depoimento na Polícia Federal, aqui na CPI, na Comissão de Sindicância e não tem nenhum risco de ele deixar o País", argumentou o deputado.
Valério divulgou uma nota nesta quarta-feira na qual reafirma que "nunca pediu ou autorizou a inutilização" de qualquer documento da DNA. O advogado Marcelo Leonardo, que representa o empresário, também avaliou como "improcedente" um provável pedido de prisão.
Fonte: Estadão