O auditor Luiz Antonio de Souza deve ser ouvido hoje como testemunha no processo complementar à segunda fase da Operação Publicano, cujos réus são apenas dois auditores: Marcelo Müller Melle, ex-delegado da Receita em Londrina (entre fevereiro e agosto de 2015) e Luiz Fernandes de Paula, ex-inspetor-geral de Fiscalização, em 2010. Arrolado por Melle, Souza, que está preso na unidade um da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL 1), deve ser escoltado ao Fórum.
Segundo seu advogado, Eduardo Duarte Ferreira, Souza primeiramente será ouvido em processo relativo a crimes de exploração sexual na 6ª Vara Criminal, mas, a partir das 13h30, deverá estar disponível para o processo da 3ª Vara Criminal. Além do delator, Melle e De Paula arrolaram outros 15 auditores de Londrina, sendo que apenas dois não seriam réus em alguma das fases da Publicano.
O advogado de Melle, Mário Barbosa, considera que mesmo réus, os auditores podem prestar depoimentos como testemunhas. Já o promotor Jorge Barreto da Costa, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), entende que os réus podem ser ouvidos, mas não como testemunhas, e sim como informantes. "É estranho que sendo réus sejam compromissados a dizer a verdade", afirmou. Porém, o juiz Juliano Nanuncio é quem deve decidir em qual qualidade esses auditores serão ouvidos.
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Sobre as acusações que constam da denúncia, de que Melle e De Paula receberiam parte do que foi arrecadado como propina em 2010, Barbosa voltou a negá-las em nome do cliente. O advogado de De Paula, Elias Mattar Assad, preferiu não se pronunciar. Melle, em 2010, era assessor de Resultados da Delegacia de Londrina e De Paula, lotado em Curitiba, era inspetor-geral de Fiscalização.
Ontem, apenas uma das 17 testemunhas arroladas pela acusação – um policial do Gaeco – foi ouvida. Outras duas pessoas devem prestar depoimento hoje: outro policial e um empresário que teria pago propina a auditores. Seis testemunhas que moram em outras comarcas estão sendo ouvidas por carta precatória e o MP dispensou oito, sendo sete agentes do Gaeco e o fotógrafo Marcelo Caramori, ex-assessor da Casa Civil no governo de Beto Richa.