Na fase de arguição dos especialistas que apresentaram elementos favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff nesta segunda-feira (2), a temperatura subiu na Comissão Especial do Impeachment no Senado com uma questão de ordem, colocada pelo líder do Democratas na Casa, senador Ronaldo Caiado (GO).
Ele acusou uma assessora da Advocacia-Geral da União (AGU) de desvio de função em horário de trabalho. Segundo ele, Lilian Barros de Oliveira estaria na comissão prestando assessoria à base do governo, o que avaliou ser "inadmissível".
Além de Lilian, Caiado também citou um servidor do Ministério da Justiça, Gabriel Sampaio, que afirmou estar incorrendo no mesmo erro.
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Senadores governistas reagiram. "Nunca falei com essa pessoa. Era bom saber quem é a pessoa a que vossa excelência se refere", disse a senadora Gleisi Hoffmann sobre a servidora da AGU.
Outro petista, Lindbergh Farias (RJ), também negou que parlamentares contrários ao impedimento estivessem recebendo qualquer tipo de auxílio. " Não conheço nenhuma senhora Lilian que esteja nos assessorando", afirmou, lembrando que a AGU tem todo direito de acompanhar a discussão.
Sobre a questão de ordem de Ronaldo Caiado, o presidente do colegiado, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), pediu calma e esclareceu que Lilian Oliveira é credenciada pela AGU para participar da reunião com autorização da comissão. "Se alguém verificar que ela está dando informações a qualquer dos senadores, quero ser comunicado", pediu Lira, ressaltando que, se for constatada ajuda, ela será retirada da comissão.
Com relação a Gabriel Sampaio, Lira disse que trata-se de um assessor legislativo do Ministério da Justiça, que também é autorizado a acompanhar a sessão. O senador apelou por calma e tranquilidade, afirmando que é isso que a população espera dos senadores.
A sessão já dura mais quatro horas e os senadores seguem fazendo perguntas aos especialistas.