O Democratas espera resolver a indicação do candidato à vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB) até quarta-feira (30), data limite para homologação nas convenções nacionais dos candidatos e alianças para as eleições de outubro. Até lá, a palavra de ordem no DEM é "conversar", disse hoje (28) o líder do partido na Câmara dos Deputados, Paulo Bornhausen (SC).
Na semana passada, o senador Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB e coordenador da campanha de José Serra, confirmou que o partido pensava em lançar uma chapa puro-sangue com o senador Álvaro Dias (PR) como vice. Apesar de reafirmar que o partido deseja a vaga de vice-presidente na chapa de Serra, o líder do DEM não vê qualquer possibilidade de seu partido caminhar em outra direção, mesmo que não tenha vaga. "Estaremos com José Serra na campanha", ressaltou Bornhausen.
O presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), que no fim de semana não gostou de saber da pretensão tucana, também passou a adotar um discurso público mais conciliador. "Não é questão de ultimato, é uma conversa entre aliados", tem declarado Maia.
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Problemas na indicação do vice-presidente nas chapas dos candidatos à presidência em 2010 não é uma exclusividade do candidato tucano. PT e PMDB tiveram uma série de conversas, desde o ano passado, para garantir ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP) a vaga de vice na chapa da petista Dilma Rousseff.
A direção nacional peemedebista desde de 2009 insistia em ter lugar na chapa de Dilma. O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), chegou a ser indicado, pelo grupo, como um eventual candidato. Como a força da direção nacional, a tese da candidatura própria não prosperou e Temer teve o seu nome homologado na chapa de Dilma Rousseff neste mês.
Já a candidata do Partido Verde (PV), Marina Silva – que figura entre os três candidatos com preferência do eleitorado de acordo com pesquisas de diferentes institutos – praticamente não teve os mesmos problemas enfrentados pelos adversários José Serra e Dilma Rousseff. Seguindo o mesmo roteiro traçado pelo então candidato do PT à Presidência, em 2002, Luiz Inácio Lula da Silva, a candidata verde buscou um empresário como vice, no caso Guilherme Leal, presidente da Natura.
O empresário sempre teve seu nome cogitado por Marina Silva, pelo partido e, também, o grupo que lhe dá assessoria direta. A demora no anúncio oficial da chapa, em maio, deveu-se a necessidade de Leal discutir o convite com a família e tratar da desvinculação da direção da empresa Natura, informou a assessoria da candidata.