Deputados contestaram nesta sexta-feira, 4, a declaração da presidente Dilma Rousseff de que o governo federal cortou "tudo que poderia ser cortado" no Orçamento de 2016. Na avaliação de opositores, o governo petista ainda precisa cortar ministérios e cargos comissionados para contribuir com as contas públicas.
"O pior é que ela não cortou os mil cargos comissionados da Presidência. Tem muita coisa a ser cortada", avaliou o deputado Danilo Forte (PMDB-CE), que integra o grupo dos peemedebistas que defendem o desembarque do governo.
Em entrevista a emissoras de rádio da Paraíba nesta manhã, Dilma afirmou que o governo optou por "um caminho de transparência e verdade" ao enviar o Orçamento 2016 ao Congresso Nacional com a previsão de déficit de mais de R$ 30,5 bilhões. "Poderíamos mandar receitas de tributos junto, mas não mandamos porque preferimos deixar que o Congresso possa debater o problema da queda nas receitas", disse em entrevista à Campina FM e às emissoras do Sistema Correio de Comunicação. "No Orçamento, cortamos tudo que poderia ser cortado", frisou.
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O deputado do PMDB acredita que, em sua declaração, a presidente voltou a repassar a responsabilidade para o Parlamento. "Ali foi vontade de transferir o problema para o Congresso", comentou Forte. O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), afirmou que não dá para acreditar no discurso de transparência da petista. "O discurso dela é afirmando num dia e desmentindo no outro. É um discurso volátil", disse Mendonça.
Já o líder do PT na Casa, deputado Sibá Machado (AC), elogiou a "coragem" e a transparência de Dilma de reafirmar que o Orçamento do próximo ano é deficitário. "Com certeza é um gesto de coragem dela vir a público e falar (a verdade)", comentou.