A presidente Dilma Rousseff voltou a fazer um discurso de condenação do processo de impeachment, classificado por ela de "golpe" e reafirmou que não vai se desmobilizar e continuará lutando pelo seu mandato. Ela fez novamente referências indiretas ao vice-presidente Michel Temer, dizendo que propostas de reduzir gastos com saúde e educação não teria o apoio da população.
"Como que uma pessoa que quer fazer isso [reduzir gastos com programas sociais] resolve o problema dela? Faz uma eleição indireta e veste com a roupa do impeachment. O impeachment é uma roupa, um disfarce. O que estão fazendo mesmo é uma eleição indireta. Não é o povo que está votando. Porque se apresentar para vocês a proposta de reduzir o gasto com educação e saúde, vocês vão concordar? Não vão. Por isso que é um absurdo", questionou.
Em discurso na cidade paraense de Santarém, ao participar de evento que marcou a entrega de 6.597 casas, a presidente repetiu a defesa que tem sido feita por ela, de que o Brasil corre risco de um "golpe" e que não há crime de responsabilidade que justifique o seu afastamento. Na próxima semana, o Senado vai decidir se aprova a admissibilidade do processo. Em caso positivo, ela será afastada por até 180 dias para que os senadores a julguem.
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"Eu acho que estou sendo vítima de uma injustiça. Tenho consciência disso. Isso não vai me desmobilizar. Não vou ficar parada esperando ônibus passar. Vou lutar pelo meu mandato. Tenho responsabilidade em relação à democracia do meu país", declarou Dilma a uma plateia de beneficiários do programa Minha Casa Minha Vida.
Segundo Dilma, as acusações contra ela são frágeis e os decretos de crédito suplementar que assinou foram feitos em governos anteriores. "Não adianta querer encurtar o caminho do poder. Vivemos em uma democracia. Para chegar à Presidência tem de ter voto".
A cerimônia foi realizada simultaneamente em outras cidades brasileiras, onde estavam presentes autoridades locais e moradores beneficiados. Além das 3.081 unidades habitacionais em Santarém, foram entregues 1.200 em Camaçari (BA), 1.230 em Uberaba (MG), 600 em Campos dos Goytacazes (RJ) e 486 residências em Itapipoca (CE).
Ao se dirigir à população em Itapipoca, o governador do Ceará, Camilo Santana, pediu que todos ficassem de pé e enviassem energias positivas à presidente. "A luta continua contra o golpe e pela democracia", disse.
Durante todo o evento, tanto em Santarém como nas outras localidades, a plateia entoou gritos de apoio à Dilma como "Não vai ter golpe" e "No meu país, eu boto fé, porque ele é governado por mulher".