Manifestantes favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff entregaram, nesta quarta-feira (27), ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um pedido de impedimento da petista. O pedido de impeachment tem mais de três mil páginas e dois milhões de assinaturas, segundo os ativistas, que estavam acompanhados de deputados do DEM e do PSDB que, no entanto, não subscreveram o pedido, alegando que ficariam impedidos de votar.
Cunha disse que vai analisar o pedido antes de se pronunciar formalmente sobre o impeachment. "Eu não posso, evidentemente, com o cara chegando ali com 250 páginas, dar uma opinião prévia. Eu passei para a assessoria técnica analisar e depois vou dar um posicionamento. Vamos estudar o que tem lá com toda cautela e vamos nos pronunciar", disse.
O pedido de impeachment está fundamentado na tese das chamadas "pedaladas fiscais" e, principalmente, na eventual omissão da presidente diante do esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. "Esta é uma data importantíssima porque o Parlamento recepciona os movimentos das ruas que trazem uma indignação de todo o País que está tendo a marca da mentira, da corrupção", disse o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP). O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), diz não existir ambiente político e elementos suficientes para o pedido de impeachment.
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Manifestantes
Os manifestantes realizaram uma caminhada pela Esplanada dos Ministérios, chegando ao Congresso, onde estenderam faixas com inscrições de impeachment e "Fora PT" em verde e amarelo. Segundo a Polícia Militar, o ato contou com um público entre 300 e 400 pessoas. A maior parte das pessoas utilizaram camisas da Confederação Brasileia de Futebol (CBF) e uma parcela menor pediu intervenção militar em um dos quatro carros de som utilizados na manifestação.
Em um desses carros, um manifestante disse que os deputados e senadores eram "um bando de ratos escondidos atrás da polícia", que fez um cordão de isolamento para evitar a invasão do Congresso.
No momento em que o grupo fazia um ato simbólico de entrega do pedido de impeachment em uma caixa de papelão, recebida por cerca de 15 parlamentares, a trilha sonora de um dos carros de som que ecoava em frente ao Congresso era uma marcha militar.
A entrega do pedido foi feita por cerca de 20 integrantes de movimentos como Revoltados Online e Brasil Livre, que conseguiram autorização para circular pela Câmara. Eles foram liderados pelo estudante Kim Kataguiri, coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL).
Kataguiri criticou o governo e disse que haverá pressão para que os parlamentares pautem o impeachment da presidente Dilma. "Agora continuamos com a pressão no Congresso Nacional para que seja colocado em pauta e finalmente acabe o governo de Dilma Rousseff, que não só é corrupto, mas também autoritário", disse.
O líder do MBL elogiou o Congresso pela independência em relação ao Palácio do Planalto. "A sua corrupção não é simplesmente um fim, uma maneira de colocar dinheiro em seus próprios bolsos, mas um método de governo, de comprar o Congresso Nacional, que hoje se mostrou independente", disse.